O Banco Central decidiu nesta quarta-feira (30) elevar a taxa básica de juros da economia em um ponto percentual, levando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão foi unânime entre os nove diretores do Comitê de Política Monetária (Copom).
Essa foi a primeira reunião do Copom sob a liderança do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula. O mercado já esperava o aumento, após sinalizações do próprio Banco Central em dezembro passado.
Com a inflação em alta, o Copom já prevê um novo reajuste da Selic na próxima reunião.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, afirmou o Copom.
O órgão também indicou que o ciclo de aperto monetário deve continuar nos próximos meses, dependendo da trajetória da inflação e de fatores econômicos como a atividade econômica e as projeções do mercado.
“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, acrescentou o Copom.
A expectativa é de que a taxa de juros ultrapasse os 15% ao ano em meados de 2025, atingindo o maior nível em quase duas décadas.
Essa também foi a primeira reunião em que os diretores indicados por Lula foram maioria no colegiado, o que influenciou diretamente na decisão tomada.
Desde 2021, o Banco Central tem autonomia operacional, com seus diretores exercendo mandatos fixos. Até o final do ano passado, a maioria da diretoria era composta por indicados do ex-presidente Jair Bolsonaro.