Bilionário Bernard Arnault critica impostos na França e cogita levar a gigante da moda LVMH aos EUA

A LVMH foi a 48ª empresa mais rica do mundo em 2024, de acordo com a Global 2000 List, e a 3ª mais rica da França no ano passado.


O magnata Bernard Arnault, presidente do conglomerado de luxo LVMH, ameaçou retirar sua empresa da França devido à carga tributária elevada. Ele comparou os impostos do país aos dos EUA e criticou o governo francês.

Arnault é o 5º homem mais rico do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 168,8 bilhões (R$ 1,05 trilhão), de acordo com dados da Forbes de janeiro de 2025.

“(A cobrança do) imposto sobre o (produto) ‘made in France’ (…) leva à desterritorialização”, declarou Arnault na terça-feira (28). O empresário se referia ao aumento proposto pelo governo sobre empresas bilionárias no orçamento para 2025.

Arnault destacou sua recente viagem aos EUA, onde observou um ambiente econômico muito mais otimista.

— “Acabo de voltar dos Estados Unidos e pude ver o vento do otimismo que sopra nesse país. Na França, é um pouco a ducha fria”, disse. O magnata, que já esteve presente na posse de Donald Trump, ressaltou que os impostos americanos cairão 15% e que a criação de empresas é subsidiada. “E o presidente [Trump] incentiva isso”, afirmou.

Diante da ameaça de Arnault, o governo francês reagiu. A porta-voz Sophie Primas pediu que ele contribua para equilibrar as contas públicas. “Entendo a raiva deles. Entendo que, na situação orçamentária em que nos encontramos, todos têm que participar do esforço”, declarou Primas.

O plano do governo francês inclui uma redução acentuada nos gastos públicos e a arrecadação de 8 bilhões de euros (R$ 50 bilhões) com um aumento de impostos em 2025. Para empresas que faturam mais de 3 bilhões de euros (R$ 18,4 bilhões), como a LVMH, a carga tributária subirá cerca de 40%.

“As autoridades americanas nos pediram com veemência que continuássemos a criar (fábricas) e, na situação atual, é algo que estamos considerando seriamente”, disse Arnault durante a apresentação dos resultados financeiros de 2024.

Após um ano turbulento, a LVMH anunciou uma queda de 17% no lucro líquido anual, para 12,5 bilhões de euros (R$ 77 bilhões), e uma retração de 2% no faturamento, atingindo 84,7 bilhões de euros (R$ 520 bilhões). O grupo, que controla marcas como Louis Vuitton, Dior, Moët & Chandon e Tiffany, atribuiu parte do declínio à desaceleração econômica pós-pandemia.

A LVMH foi a 48ª empresa mais rica do mundo em 2024, de acordo com a Global 2000 List, e a 3ª mais rica da França no ano passado.