O presidente Lula (PT) sondou a líder de seu partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR), sobre assumir um ministério na reforma prevista para a próxima semana, após as eleições no Congresso.
Lula chamou Gleisi para duas conversas e afirmou que seu nome vinha sendo defendido. Segundo relatos, perguntou se ela cogitaria a hipótese. Ela respondeu: “O presidente não convida, manda”, mas lembrou suas críticas à política econômica do ministro Fernando Haddad (PT).
A presidente do PT nega que tenha sido convidada, mas aliados de Lula esperam que ela assuma a Secretaria-Geral da Presidência, responsável pela relação com movimentos sociais. Se confirmada, integrará o núcleo do governo ao lado de Sidônio Palmeira, da Comunicação, e Rui Costa (PT), da Casa Civil.
No Planalto, reforçaria as críticas à política fiscal, chamada de “austericídio” pelo PT. Seu nome foi cogitado para o Desenvolvimento Social.
A estratégia de fortalecimento político do entorno do presidente pode incluir a saída de Alexandre Padilha (PT) das Relações Institucionais. Para isso, Nísia Trindade teria que deixar a Saúde, sendo sucedida por Padilha.
Há dúvidas sobre a disposição de Lula em exonerar Nísia, o que reduziria o número de ministras. Mas a nomeação de Gleisi poderia compensar essa perda.
Padilha também foi citado para a Defesa. No entanto, Lula deseja que José Múcio permaneça no cargo até 2025.
Para substituí-lo nas Relações Institucionais, a cúpula da Câmara quer Isnaldo Bulhões (MDB-AL), replicando a estratégia usada por Lula nos anos 2000 com José Múcio, então no PTB.
Contudo, há resistência à ideia de retirar a articulação do governo das mãos do PT. Assim, nomes como José Guimarães (CE) e Jaques Wagner (BA) também surgem como opções.
No entorno de Lula, cresce a percepção de que ele precisa recompor sua base para 2026. Esse movimento ganha força diante da queda na aprovação do governo.