OMS anuncia cortes após saída dos EUA anunciada por Trump

Atualmente, os EUA são o maior financiador da OMS, contribuindo com 18% do orçamento global da organização.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou medidas para cortar custos e revisar programas prioritários após o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmar a retirada dos Estados Unidos da agência. A decisão, comunicada no primeiro dia de seu segundo mandato, ocorreu sob alegações de má gestão da pandemia de COVID-19 e outras crises internacionais de saúde.

“Este anúncio tornou nossa situação financeira mais grave”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um memorando interno datado de 23 de janeiro. Ele destacou que a organização planeja reduzir viagens, interromper contratações e limitar despesas, salvo em áreas críticas.

Um porta-voz da OMS confirmou a autenticidade do documento, divulgado inicialmente pela Reuters, mas não deu detalhes adicionais. A saída oficial dos EUA está prevista para 22 de janeiro de 2026, após o período de aviso prévio de um ano, como exigido pela resolução conjunta do Congresso americano de 1948.

Atualmente, os EUA são o maior financiador da OMS, contribuindo com 18% do orçamento global da organização. O orçamento bienal da agência para 2024-2025 é de US$ 6,8 bilhões. Contudo, os EUA acumulam uma dívida de US$ 130 milhões em taxas de filiação atrasadas desde janeiro de 2024, além da taxa de 2025, que ainda não foi paga.

“Também não recebemos a avaliação de 2025, o que aumenta nossa vulnerabilidade”, afirmou Christian Lindmeier, porta-voz da OMS, durante coletiva de imprensa em Genebra. Ele ressaltou que os EUA também financiam programas específicos por meio de taxas voluntárias, que podem ser interrompidas a qualquer momento.

No memorando, Tedros mencionou iniciativas em andamento para reformar a OMS e diversificar as fontes de financiamento. Entre as medidas, estão o aumento das taxas obrigatórias dos estados-membros e a suspensão de reformas não essenciais, como substituições de equipamentos de TI e melhorias em escritórios.

“Essas ações não são abrangentes, e mais ajustes serão anunciados no futuro”, destacou Tedros. A OMS afirmou ainda que fará o possível para proteger seus funcionários e continuar suas operações globais.

“Como sempre, vocês me deixam orgulhoso de ser a OMS”, concluiu o diretor-geral.