Passageiros que embarcarem em voos internacionais no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), a partir desta sexta-feira (24), passarão por escâneres corporais como parte do processo de segurança. O terminal é o primeiro do Brasil a implementar essa tecnologia de forma rotineira, não apenas em casos suspeitos, como tráfico de drogas.
Os equipamentos, doados pela agência norte-americana TSA (“Administração de Segurança de Transporte”), incluem três escâneres corporais, cinco aparelhos de raio-X de visão dupla e seis detectores de traços de explosivos. O valor total dos equipamentos doados é estimado em US$ 2 milhões, cerca de R$ 11,7 milhões. O acordo para doação foi assinado em 2022.
“Certamente refletirá no aperfeiçoamento das regras e procedimentos, contribuindo com todo o setor de transporte aéreo brasileiro”, afirmou Marco Beme, diretor de operações de Viracopos.
O escâner corporal utilizado não exibe partes do corpo, gerando uma imagem semelhante à de um boneco. Ele opera sem radiação, utilizando ondas milimétricas para detectar objetos de qualquer material, não apenas de metal.
Os aparelhos de raio-X oferecem imagens de alta definição, capazes de identificar explosivos, armas, drogas e outros itens escondidos em bagagens. Além disso, o detector de traços de explosivos e narcóticos, modelo B220, analisa em tempo real superfícies como roupas, pacotes e até mãos.
Uma cerimônia será realizada nesta sexta-feira para inaugurar o sistema, com a presença de representantes da Polícia Federal, do TSA e da Embaixada dos EUA.
Entre os destinos internacionais operados em Viracopos estão Fort Lauderdale, Orlando, Lisboa, Assunção e Paris. Em 2023, o terminal transportou 858,7 mil passageiros em voos internacionais.
O objetivo da nova tecnologia é combater o tráfico internacional de drogas e armas, além de reforçar a segurança. No primeiro semestre de 2023, 30 pessoas foram presas no aeroporto ao tentar embarcar com mais de 200 kg de drogas, segundo a Polícia Federal.
Viracopos também é pioneiro no embarque totalmente biométrico e automatizado no Brasil. O sistema dispensa cartões de embarque e permite que o registro biométrico seja válido por até cinco anos.
Em 2023, o terminal movimentou 12,4 milhões de passageiros em viagens nacionais e internacionais.