Justiça boliviana ordena prisão de Evo Morales por ausência em audiência de abuso sexual

Morales é investigado pelo estupro de uma menor em 2016. A denúncia foi divulgada pelo ministro da Justiça, César Siles, parte do governo do presidente Luis Arce.


Um juiz da Bolívia ordenou a prisão do ex-presidente Evo Morales após sua ausência em tribunal para responder a um caso de abuso sexual. Morales é investigado pelo estupro de uma menor em 2016. A denúncia foi divulgada pelo ministro da Justiça, César Siles, parte do governo do presidente Luis Arce.

Siles declarou: “Observamos com indignação crimes graves que pretendem ficar na impunidade. Refiro-me concretamente a uma menina estuprada aos 15, 16 anos.” Segundo o ministro, “[a adolescente] deu à luz outra menina e o pai reconhecido na certidão de nascimento é o senhor Evo Morales Ayma. Existe um processo aberto que está sob investigação.”

O escândalo veio à tona em 2024, quando a promotora Sandra Gutiérrez revelou ter sido destituída após pedir a prisão de Morales, em uma investigação por “tráfico de pessoas” envolvendo uma menor. A ordem de prisão, com trechos vazados à imprensa, relata que Morales, em 2016, se envolveu com uma menina de 15 anos, com quem teve uma filha.

Em resposta, Morales afirmou na rede social X: “Não me causa estranhamento, nem preocupação. Todos os governos neoliberais, incluído o atual, ameaçaram-me, perseguiram-me, prenderam-me, tentaram me matar. Não tenho medo! Não vão me calar!”

Contudo, uma juíza de Santa Cruz anulou a ordem de prisão após os advogados de Morales apresentarem um recurso. A promotora Gutiérrez havia afirmado que sua destituição ocorreu por instrução do procurador-geral.

Morales, presidente da Bolívia entre 2006 e 2019, foi o principal mentor da vitória eleitoral de Luis Arce, seu ex-ministro da Economia. Hoje, porém, eles estão em disputa pela liderança do partido de situação, o MAS, e a indicação presidencial para as eleições gerais de 2025.