Uma mulher de 56 anos faleceu na manhã de sábado (11) após contrair raiva ao ser mordida por um sagui em Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco. Ela estava internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Recife. Este foi o primeiro caso de raiva humana registrado no estado em oito anos.
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A paciente foi mordida na mão esquerda em 28 de novembro de 2024 ao tentar proteger seu neto de 3 anos. Após o incidente, ela procurou atendimento médico, mas não completou o tratamento profilático recomendado, que inclui a administração de soro e quatro doses da vacina antirrábica. Os sintomas da doença se manifestaram quase 30 dias depois, e seu estado de saúde agravou-se rapidamente.
A família da vítima acredita que houve negligência no atendimento inicial e considera acionar a Justiça. A sobrinha da paciente afirmou: “Era para ela ter sido bem tratada e encaminhada para algum lugar que tivesse o tratamento e não terem deixado voltar para casa”.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informou que está investigando o caso e monitorando os documentos dos pacientes. A pasta ressaltou que, conforme as atribuições do Sistema Único de Saúde, cabe ao município a apuração e os devidos encaminhamentos relacionados à conduta profissional.
A raiva é uma doença viral altamente letal, com taxa de mortalidade próxima de 100% após o aparecimento dos sintomas. A prevenção é fundamental e inclui a vacinação de animais domésticos e a profilaxia pós-exposição em casos de contato suspeito com animais potencialmente infectados.
No mundo, a raiva causa mais de 59 mil mortes por ano, principalmente em áreas rurais da Ásia e África.
Já no Brasil, entre 2010 e 2024, foram registrados 48 casos de raiva humana no país. Desses, 24 foram causados por morcegos, nove por mordidas de cães e os demais por outros animais. A letalidade permanece próxima de 100%, com apenas dois sobreviventes na história dos casos de raiva humana no Brasil, ambos com graves sequelas.