A oposição venezuelana denunciou na quinta-feira (9) a prisão de María Corina Machado, líder do grupo oposicionista, durante uma manifestação contra a posse de Nicolás Maduro, marcada para esta sexta-feira (10). Segundo os opositores, ela foi solta logo depois. O regime nega a prisão.
María Corina participava de um ato em Chacao, sua primeira aparição pública em mais de cem dias. Após discursar, ela teria sido detida violentamente por agentes armados que cercavam o local. De acordo com relatos, disparos teriam sido efetuados em sua direção. A oposição afirma que ela foi retirada à força enquanto deixava o protesto.
Pouco mais de uma hora após o ocorrido, a equipe de María Corina confirmou sua libertação. Em nota, afirmaram que ela foi derrubada de uma moto, forçada a gravar vídeos antes de ser liberada. María Corina foi impedida de concorrer nas últimas eleições e é acusada pelo regime de traição à pátria.
Centenas de venezuelanos no exterior organizaram manifestações contra Maduro. A principal ocorreu na República Dominicana, onde Edmundo González, adversário de Maduro na eleição passada, participou de reuniões. A oposição afirma que González venceu com mais de 70% dos votos.
Em Santo Domingo, González se reuniu com o presidente Luis Abinader e sete ex-chefes de Estado, que reconhecem sua vitória. O grupo pretende ir a Caracas para assegurar a posse de González. “A única maneira de respeitar a soberania do nosso país é reconhecer o mandato popular e soberano expressado no dia 28 de julho”, afirmou González.
O regime de Maduro intensificou a repressão política às vésperas da posse. Um comunicado de “procura-se” foi emitido para o grupo de González. Diosdado Cabello, ministro do Interior, ameaçou abater aviões clandestinos com líderes opositores.
Nos últimos dias, opositores como o ativista Carlos Correa e o ex-candidato Enrique Márquez foram presos. Maduro classificou as denúncias como “pataquadas da oposição”.