Ataques de Israel colocam os olhos do mundo sobre Ormuz e o petróleo a US$ 100

O mundo deve estar atento ao preço do petróleo, enquanto aumentam as tensões entre Israel e Irã.


Os ataques israelenses contra instalações nucleares, fábricas de mísseis e comandantes militares iranianos, realizados na sexta-feira (13), elevaram os temores de que os preços globais do petróleo possam atingir US$ 100 por barril. Em resposta, o Irã lançou drones contra Israel, e analistas acreditam que as hostilidades entre os dois países devem continuar.

Os preços do petróleo subiram mais de 8% e fecharam o dia em US$ 75, impulsionados pelas notícias. Um agravamento do conflito, com retaliações iranianas além de Israel, pode envolver o Estreito de Ormuz — rota pela qual circula cerca de 20% do petróleo mundial, ou aproximadamente 20 milhões de bpd (barris por dia).

Embora os Estados Unidos tenham se distanciado publicamente da ofensiva israelense, o presidente Donald Trump pediu que Teerã retome as negociações nucleares bilaterais. Caso o Irã opte por atacar infraestruturas estratégicas de aliados dos EUA, como Arábia Saudita ou Emirados Árabes Unidos, os impactos podem se espalhar por toda a região.

O Estreito de Ormuz, entre Irã e Omã, representa um ponto estratégico sensível. A OPEP — incluindo Arábia Saudita, Irã, Kuwait, Iraque e Emirados — depende da passagem para exportar petróleo à Ásia. Um bloqueio iraniano, mesmo parcial, elevaria fortemente os preços.

A Guarda Revolucionária do Irã já apreendeu petroleiros ocidentais na região, incluindo um navio britânico em 2024. O risco de novos confrontos militares no Golfo Pérsico é alto, mas os EUA e seus aliados provavelmente buscarão proteger a rota.

Para reduzir a dependência do estreito, a Arábia Saudita utiliza um oleoduto que liga Abqaiq ao porto de Yanbu, com capacidade de até 7 milhões de bpd. Já os Emirados operam um duto de 1,5 milhão de bpd até Fujairah, fora do Golfo. No entanto, essas rotas também podem ser alvos dos Houthis, grupo alinhado ao Irã no Iêmen.

Apesar do cenário, a atual oferta global de petróleo é robusta. A produção de países como EUA, Brasil e Canadá aumentou, o que pode limitar o impacto de eventuais interrupções. Ainda assim, os mercados devem seguir voláteis enquanto persistirem as incertezas geopolíticas.