O Irã realizou ataques aéreos de retaliação contra Israel na noite desta sexta-feira (13), com explosões registradas em Jerusalém e Tel Aviv, as duas maiores cidades do país, após o maior ataque militar israelense contra seu adversário de longa data. Sirenes de alerta soaram em Israel enquanto as autoridades orientavam a população a buscar abrigo. Mísseis foram avistados sobre o horizonte de Tel Aviv, e os militares informaram que o Irã disparou duas salvas. Segundo duas autoridades americanas, forças dos EUA auxiliaram na interceptação de mísseis iranianos em direção a Israel.
Na região de Tel Aviv, o serviço de ambulâncias israelense reportou que cinco pessoas sofreram ferimentos causados por estilhaços. Imagens ao vivo mostraram um possível míssil atingindo área urbana, e uma mulher gravemente ferida foi internada no Hospital Beilinson, em Petah Tikva.

Os ataques israelenses inéditos ao Irã e a retaliação subsequente levantam temores de uma escalada regional, embora aliados do Irã, como o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano, tenham sido severamente afetados por Israel. A agência estatal iraniana IRNA informou que Teerã lançou centenas de mísseis balísticos após Israel atacar a grande instalação nuclear subterrânea de Natanz e eliminar comandantes militares iranianos. O Exército israelense afirmou que o Irã disparou menos de 100 mísseis, a maioria interceptada ou caindo ao solo.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou Israel de iniciar uma guerra. Um alto funcionário iraniano afirmou que nenhum local em Israel será seguro e que a vingança será dolorosa. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que a operação continuará pelo tempo necessário para neutralizar a ameaça.
Netanyahu, que há décadas alerta sobre o programa nuclear iraniano, afirmou que autorizou o ataque para impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã, objetivo negado por Teerã, mas confirmado por Israel e aliados ocidentais. Em vídeo, Netanyahu apelou ao povo iraniano para se levantar contra seus líderes, afirmando: “Estou com vocês, o povo israelense está com vocês.”
O Irã mantém que seu programa nuclear tem fins civis, mas a agência nuclear da ONU concluiu que o país violou o tratado global de não proliferação. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que ainda há tempo para um acordo nuclear e que Teerã rejeitou a última proposta dos EUA.
Enquanto isso, a mídia iraniana divulgou imagens de prédios destruídos e afirmou que quase 80 civis morreram em ataques que teriam como alvo cientistas nucleares, ferindo mais de 300 pessoas. O Exército israelense afirmou ter atacado locais de lançamento de mísseis, drones e outra instalação nuclear em Isfahan, negando relatos iranianos sobre a queda de um caça israelense.
Trump declarou que as negociações nucleares agendadas permanecem em pauta, ressaltando ter tentado evitar um conflito maior. O conselheiro de Segurança Nacional israelense, Tzachi Hanegbi, afirmou que a ação militar não destruirá o programa nuclear iraniano, mas pode criar condições para um acordo liderado pelos EUA.