Parlamento de Israel rejeita moção que poderia derrubar governo Netanyahu

A decisão foi uma vitória para Netanyahu, garantindo a continuidade de seu governo.


O Knesset, Parlamento de Israel, rejeitou na quarta-feira (11) uma moção que poderia resultar na dissolução da Casa e, consequentemente, na convocação de novas eleições. A proposta, apresentada pela oposição, representava o maior teste político enfrentado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu desde o início da guerra contra o Hamas, segundo informou a agência AFP.

A votação ocorreu em meio a tensões crescentes dentro da coalizão governista, especialmente com os partidos ultraortodoxos Shas e Judaísmo Unido da Torá (JUT), aliados históricos de Netanyahu. Ambas as siglas ameaçaram apoiar a proposta da oposição, em reação à condução do governo sobre a questão do serviço militar obrigatório para judeus ultraortodoxos.

A legislação atual isenta os haredim — como são conhecidos os judeus ultraortodoxos — do alistamento militar, uma medida que há anos gera controvérsias em Israel, onde o serviço militar é obrigatório para a maioria dos jovens. Com a intensificação da guerra, cresceu a pressão de alas mais moderadas do governo para rever essa isenção.

O partido Likud, liderado por Netanyahu, passou então a apoiar a tramitação de um projeto de lei que prevê a obrigatoriedade do serviço militar para os ultraortodoxos, incluindo sanções àqueles que se recusarem a se alistar. A iniciativa causou forte reação dentro da coalizão, especialmente entre os partidos religiosos.

Na véspera da votação, os principais rabinos ultraortodoxos emitiram um decreto religioso reiterando sua posição contrária à participação dos haredim nas Forças de Defesa de Israel.

Apesar da instabilidade política e das ameaças de ruptura dentro da base aliada, a moção foi rejeitada pelo Parlamento, permitindo, por ora, a continuidade do governo Netanyahu.