O Departamento de Estado dos Estados Unidos se prepara para ordenar a retirada de todo o pessoal não essencial da Embaixada americana em Bagdá, segundo duas autoridades norte-americanas ouvidas pela Associated Press nesta quarta-feira (11). A medida ocorre em meio à crescente instabilidade regional, alimentada pelas tensões entre Washington e Teerã.
A missão diplomática em Bagdá já opera com quadro reduzido, o que limita o impacto da decisão. Paralelamente, o Departamento de Estado autorizou a saída voluntária de funcionários não essenciais e familiares também nos postos do Bahrein e do Kuwait.
O Pentágono, segundo fontes do governo, está preparado para apoiar uma eventual evacuação da embaixada em Bagdá. Todas as autoridades ouvidas pediram anonimato, dado que os planos ainda não foram divulgados oficialmente.
As tensões aumentaram após a estagnação nas negociações entre os EUA e o Irã sobre o programa nuclear iraniano. O Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está prestes a votar uma moção de censura contra o Irã, o que pode reabrir o caminho para a reimposição de sanções da ONU previstas no acordo nuclear de 2015.
Em resposta, a missão iraniana na ONU afirmou em redes sociais que “ameaças de força esmagadora não mudarão os fatos”. Segundo a publicação, “o Irã não busca uma arma nuclear, e o militarismo dos EUA apenas agrava a instabilidade”.
O ministro da Defesa iraniano, general Aziz Nasirzadeh, declarou que ainda espera avanços diplomáticos, mas alertou que Teerã está pronto para responder. “Se o conflito for imposto, os EUA devem deixar a região, pois todas as suas bases estão ao nosso alcance”, afirmou.
Enquanto isso, o Centro de Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido alertou para o risco de escalada militar no Golfo Pérsico, no Golfo de Omã e no Estreito de Ormuz — regiões frequentemente marcadas por incidentes envolvendo embarcações iranianas.
