Irã promete divulgar supostos documentos confidenciais de Israel

A revelação ocorre em meio à intensificação das tensões entre Irã e o Ocidente sobre o programa nuclear iraniano.


O ministro da Inteligência do Irã, Esmail Khatib, afirmou no domingo (8) que documentos israelenses confidenciais, obtidos por agências de inteligência iranianas, serão revelados em breve. Segundo ele, os arquivos representam um “tesouro” com potencial para fortalecer as capacidades ofensivas do país persa.

A emissora estatal iraniana noticiou no sábado que o acervo conteria milhares de documentos sensíveis ligados às instalações nucleares de Israel, bem como às suas relações estratégicas com os Estados Unidos, Europa e outros países. No entanto, até o momento, Teerã não apresentou provas que sustentem as alegações, e o governo israelense não se manifestou oficialmente.

Khatib não esclareceu se o material está vinculado ao suposto ataque cibernético contra um centro de pesquisa nuclear israelense ocorrido no ano passado. Segundo ele, a transferência dos documentos envolveu “medidas de segurança complexas” e os métodos de obtenção permanecerão confidenciais. “Falar em milhares de documentos seria um eufemismo”, declarou o ministro.

A revelação ocorre em meio à intensificação das tensões entre Irã e o Ocidente sobre o programa nuclear iraniano. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, reiterou na quarta-feira (4) que abandonar o enriquecimento de urânio “é 100% contra os interesses nacionais”, rejeitando uma das exigências centrais dos EUA nas negociações nucleares em andamento.

Apesar da escalada retórica, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem favorecido a via diplomática. Em abril, ele teria impedido um ataque israelense planejado contra instalações nucleares iranianas, buscando preservar as tratativas com Teerã.

As potências ocidentais sustentam que o Irã está enriquecendo urânio a níveis próximos aos necessários para armamento nuclear. Teerã nega a intenção de produzir bombas atômicas, afirmando que seu programa tem fins “exclusivamente pacíficos”.