A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) instou os países europeus membros da aliança a quintuplicarem suas capacidades de defesa aérea terrestre, em resposta ao aumento das tensões com a Rússia e diante da incerteza quanto ao comprometimento dos Estados Unidos com a segurança europeia. A informação foi divulgada pela Bloomberg na terça-feira (3), com base em fontes familiarizadas com o tema.
O apelo representa mais um esforço da OTAN para reforçar a proteção do continente, em um contexto de crescente instabilidade geopolítica. Segundo as fontes, os ministros da Defesa da aliança discutirão o tema em reunião agendada para 5 de junho, em Bruxelas. A expectativa é que o encontro defina propostas que embasarão a cúpula da OTAN marcada para os dias 24 e 25 de junho, em Haia.
A meta de expansão da defesa aérea é coletiva, mas os níveis de exigência variarão conforme as capacidades de cada Estado-membro. Ainda não há um cronograma definido para alcançar o aumento de cinco vezes. De acordo com um alto oficial militar europeu, os países da OTAN enfrentam sérias limitações em seus sistemas de defesa aérea terrestre, essenciais para a proteção contra drones, mísseis e aeronaves de combate. Muitos desses sistemas foram desativados após o término da Guerra Fria.
Durante a cúpula dos Nove de Bucareste (B9) e dos países nórdicos, realizada em 2 de junho, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, declarou: “Não estamos em guerra, mas também não estamos em paz. Devemos continuar a fortalecer nossa dissuasão e defesa, o que significa nos voltarmos para uma prontidão total para o combate”.
A invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, em 2022, levou os países europeus a ampliarem seus investimentos em defesa, revertendo décadas de desarmamento. Autoridades ucranianas e ocidentais têm alertado que um eventual confronto direto entre a Rússia e a OTAN poderá ocorrer entre dois a quatro anos após o término da guerra em território ucraniano.