PGR pede prisão de Carla Zambelli após ela deixar o país

Zambelli anunciou, nesta terça-feira, que está fora do Brasil após ser condenada pelo STF.


A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após ela afirmar que deixou o Brasil. A manifestação foi protocolada fisicamente no STF.

Condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão e à perda de mandato, Zambelli comunicou, nesta terça-feira (3), que está fora do país há alguns dias, sob a justificativa de buscar tratamento médico. Segundo a parlamentar, ela pretende se estabelecer na Europa, onde possui cidadania, e afirmou que denunciará o que considera ser uma “ditadura” no Brasil.

“Gostaria de deixar claro que não é um abandono do país. Muito pelo contrário, é resistir”, declarou em entrevista ao canal AuriVerde, no YouTube.

Apesar da condenação, Zambelli segue oficialmente como deputada, conforme consta no site da Câmara. A perda do mandato só ocorrerá após deliberação da Casa. Até o momento, está em vigor a inelegibilidade por oito anos.

A condenação diz respeito à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023. Segundo a PGR, Zambelli foi a mentora intelectual do ataque, que incluiu a emissão fraudulenta de um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O hacker Walter Delgatti Neto confessou ter executado a ação sob orientação da deputada, recebendo ao menos R$ 13,5 mil, além de um texto supostamente redigido por ela.

A defesa da parlamentar apresentou recurso ao STF, alegando cerceamento de defesa por falta de acesso integral às provas, como 700 GB de dados da plataforma mega.io. Os advogados pedem a absolvição e o afastamento das consequências da condenação, incluindo a perda de mandato.

Zambelli também alega sofrer de problemas de saúde, como a síndrome de Ehlers-Danlos, complicações cardíacas e depressão, afirmando que não resistiria ao cumprimento da pena em regime fechado.