O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou na sexta-feira (30), durante fórum internacional em Singapura, que a China está se preparando de forma concreta para empregar força militar na região Indo-Pacífico. Em sua primeira participação no principal evento asiático de segurança, Hegseth pediu aos aliados da região que ampliem os investimentos em defesa e chamou atenção para o risco de um conflito envolvendo Taiwan.
Segundo o secretário, o Indo-Pacífico é prioridade estratégica para o governo Trump. “Não há motivo para suavizar as palavras. A ameaça que a China representa é real e pode ser iminente”, declarou. Hegseth alertou que qualquer tentativa de Pequim de conquistar Taiwan traria “consequências devastadoras para a região e para o mundo” e afirmou que o presidente Donald Trump agirá para impedir uma possível invasão.

A China considera Taiwan parte de seu território e mantém a promessa de reunificação, inclusive pelo uso da força. Nos últimos meses, Pequim tem intensificado a pressão militar e política sobre a ilha, realizando exercícios militares em suas proximidades. Em resposta, o governo taiwanês reforça que apenas a população local tem o direito de decidir o futuro da ilha.
“Tem que estar claro para todos: Pequim está se preparando, de forma crível, para usar força militar e mudar o equilíbrio de poder no Indo-Pacífico”, reiterou Hegseth.
O secretário também fez um apelo para que aliados europeus priorizem a segurança do próprio continente, de modo que os EUA possam concentrar esforços na Ásia. “Estamos pressionando os europeus a assumirem mais responsabilidade — a investirem em sua própria defesa… Graças ao presidente Trump, eles estão fazendo isso”, declarou.
Apesar da retórica, os EUA recentemente transferiram sistemas de defesa aérea da Ásia para o Oriente Médio, em resposta às tensões com o Irã, exigindo 73 voos de aeronaves C-17.
Em seu discurso, Hegseth adotou tom nacionalista, destacando a valorização do “espírito guerreiro” e afirmando que os EUA não pretendem impor sua ideologia a outras nações. “Não viemos pregar sobre mudança climática ou pautas culturais. Respeitamos vocês, suas tradições e suas Forças Armadas. Queremos trabalhar juntos onde houver interesses em comum.”