EUA retiram principais sanções contra Síria após fim do regime de Assad

As sanções começaram em 2011, sob o governo do então presidente Barack Obama.


Os Estados Unidos iniciaram na sexta-feira (23) a suspensão de sanções econômicas impostas à Síria, encerrando um ciclo de 14 anos de restrições motivadas pela guerra civil entre o regime de Bashar al-Assad e grupos rebeldes. A mudança ocorre após a derrubada do regime em dezembro de 2024 e a instauração de um governo de transição liderado pelo presidente Ahmed al-Sharaa.

O Departamento do Tesouro dos EUA emitiu uma autorização permitindo que o novo governo sírio realize transações com empresas e entidades que mantêm vínculos com o sistema financeiro americano. A permissão também se estende ao Banco Central da Síria e a estatais do país, removendo a principal barreira econômica imposta ao antigo regime.

Segundo o Tesouro, a medida “permitirá novos investimentos no setor privado de forma consistente com a estratégia de colocar os EUA em primeiro lugar”, em referência à política externa do presidente Donald Trump.

Além da autorização, o secretário de Estado Marco Rubio anunciou a suspensão, por 180 dias, de outras sanções em vigor, como gesto inicial de apoio à nova administração síria. Em nota oficial, o Departamento de Estado afirmou que Washington não deseja “impedir a reconstrução e recuperação do país”.

As sanções começaram em 2011, sob o governo do então presidente Barack Obama, como resposta à repressão violenta de protestos por parte do regime de Assad. Antes disso, os EUA já haviam imposto medidas pontuais em 2004 e 1979 contra o ditador e seu pai, Hafez al-Assad.

A decisão foi anunciada por Trump durante recente visita ao Oriente Médio. Segundo a imprensa americana, a suspensão foi negociada com apoio da Arábia Saudita, que teria intermediado um encontro entre Trump e o presidente al-Sharaa.

Na última terça-feira (20), a União Europeia também comunicou que suspenderá sanções contra Damasco, incluindo o congelamento de ativos do Banco Central sírio e o embargo ao setor petrolífero.