Governo Trump corta verba e impede Harvard de receber estudantes internacionais

A universidade classificou a ação como “ilegal”.


Na quinta-feira (22), o governo Trump suspendeu a autorização da Universidade Harvard para matricular estudantes internacionais, em meio a um conflito crescente entre a instituição e a Força-Tarefa de Combate ao Antissemitismo da administração republicana. A medida retira a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP), afetando diretamente cerca de 6.800 alunos estrangeiros atualmente matriculados.

A ação ocorre após Harvard se recusar a atender uma série de exigências do governo, que incluíam auditorias ideológicas do corpo docente e alterações nos critérios de contratação e admissão. A universidade também foi pressionada a fornecer registros detalhados de atividades supostamente ilegais ou perigosas de estudantes internacionais nos últimos cinco anos, incluindo imagens de protestos no campus.

Em retaliação, o governo americano suspendeu mais de US$ 2 bilhões em financiamento federal destinado à pesquisa, levando Harvard a recorrer à Justiça na tentativa de reverter a sanção.

A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, confirmou a decisão em uma postagem nas redes sociais, afirmando que a medida “serve de alerta para todas as universidades do país”. Em nota adicional, acusou Harvard de “fomentar o antissemitismo, a violência e de colaborar com o Partido Comunista Chinês”.

A universidade classificou a ação como “ilegal”. “Estamos totalmente comprometidos em manter nossa capacidade de acolher estudantes e acadêmicos internacionais, que enriquecem profundamente nossa instituição e o país como um todo”, declarou Jason Newton, porta-voz de Harvard.

O Departamento de Segurança Interna justificou a medida como uma resposta à suposta falta de cooperação da universidade em fornecer informações adequadas sobre a conduta de estudantes estrangeiros. Caso queira restabelecer sua certificação a tempo do semestre de outono, Harvard deverá cumprir exigências rigorosas dentro de 72 horas.