O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), tornou-se réu em um processo por suspeita de superfaturamento na aquisição de lousas digitais para escolas municipais. A Vara de Fazenda Pública da cidade aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MP-SP) na última segunda-feira (12). A ação também envolve o ex-secretário de Educação Márcio Carrara e a empresa fornecedora Educateca.
O MP-SP alega que o contrato, firmado em 2021 no primeiro mandato de Manga, envolveu a compra de 1.188 lousas digitais ao custo unitário de R$ 26.062, enquanto o município vizinho de Indaiatuba adquiriu o mesmo modelo por R$ 16.700. Segundo a promotoria, essa diferença de 56% gerou um prejuízo de R$ 11 milhões aos cofres públicos de Sorocaba.
A denúncia foi apresentada com base em uma representação da vereadora Iara Bernardi (PT), que apontou indícios de sobrepreço. O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) já havia emitido parecer técnico em dezembro de 2024, destacando uma “potencial incompatibilidade do preço praticado com o mercado”.
O juiz Alexandre de Mello Guerra, que conduz o caso, negou os pedidos do MP-SP para o bloqueio dos bens dos acusados e o afastamento de Márcio Carrara, que atualmente ocupa o cargo de chefe de gabinete na Secretaria de Relações Institucionais e Metropolitanas.
Em resposta, Rodrigo Manga classificou o indeferimento dos pedidos como “uma vitória” para sua gestão, embora o processo por superfaturamento siga em andamento.
Além deste processo, Rodrigo Manga enfrenta outras duas ações por improbidade administrativa. Uma delas investiga suposto favorecimento em licitações de semáforos, e outra, um possível superfaturamento na compra de kits de robótica, avaliado em mais de R$ 20 milhões, o que já resultou no bloqueio de seus bens.
O prefeito também foi alvo de uma operação da Polícia Federal em abril de 2025, em investigação sobre supostos desvios na saúde pública, envolvendo uma Organização Social (OS).