Indústria ferroviária do Brasil critica governo Lula por preferir acordo com a China

Órgãos ligados ao setor classificaram a preferência do governo Lula pela China em vez da própria indústria brasileira como uma “indignação”.


A indústria ferroviária brasileira projeta um aumento na produção de locomotivas e vagões em 2025, apesar da expectativa de queda no total de carros de passageiros fabricados. Segundo dados do setor, a previsão é que sejam produzidas 75 locomotivas, o melhor desempenho desde 2017, quando foram fabricadas 81 unidades. Em 2024, foram produzidas 54, o que indica um crescimento de 38,8%.

A produção de vagões também deve crescer, passando de 1.547 unidades em 2024 para 1.700 em 2025, o que representa uma alta de 9,89%. Já a fabricação de carros de passageiros deve registrar queda de 17,5%, passando de 228 unidades para 188. No entanto, o volume projetado ainda será o segundo maior desde 2019, quando foram produzidos 99 carros.

Apesar dos resultados positivos em alguns segmentos, a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) manifestou preocupação com a possibilidade de o governo brasileiro fechar acordos com a China para a produção de trens. Em comunicado, a entidade e o Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre) demonstraram “indignação” e defenderam a prioridade para a indústria nacional.

“Embora a cooperação internacional seja essencial em muitos setores, é imprescindível que o Brasil priorize e valorize sua própria indústria ferroviária, que possui um sólido histórico de qualidade, inovação e capacidade produtiva”, afirmou a nota assinada por Vicente Abate, presidente da Abifer, e Massimo Giavina, 1º vice-presidente do Simefre.

As entidades destacaram que o setor ferroviário brasileiro tem enfrentado períodos de ociosidade devido à inconstância de pedidos, e alertaram que a indústria nacional não apresenta vácuo a ser preenchido por empresas estrangeiras. Segundo a Abifer, o fortalecimento da indústria local é fundamental para garantir empregos e promover o desenvolvimento econômico do país.