O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu início nesta terça-feira (13) a uma visita estratégica aos países do Golfo, começando pela Arábia Saudita. O principal objetivo da viagem é assegurar trilhões de dólares em investimentos para a economia americana, colocando em segundo plano questões de segurança como a guerra em Gaza e o programa nuclear do Irã.
Ao desembarcar do Força Aérea Um em Riad, Trump foi recebido pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman (MbS), demonstrando uma relação próxima entre os dois países. Entre os integrantes da delegação americana estavam líderes empresariais de destaque, como o bilionário Elon Musk, reforçando o foco econômico da visita.
Trump participou do Fórum de Investimentos Saudita-EUA, onde o ministro saudita de investimentos, Khalid al-Falih, destacou a expansão das oportunidades econômicas entre os dois países. “Embora a energia continue sendo a base do nosso relacionamento, os investimentos e as oportunidades de negócios no reino se expandiram e se multiplicaram”, afirmou.
A Arábia Saudita comprometeu-se a investir US$ 600 bilhões, mas Trump quer elevar esse valor para US$ 1 trilhão (R$ 5,6 trilhões), refletindo o peso estratégico da relação econômica. Durante o evento, figuras como Larry Fink, CEO da BlackRock, e Stephen A. Schwartzman, CEO da Blackstone, reforçaram o interesse americano no crescimento do reino.
Larry Fink, que visitou a Arábia Saudita mais de 65 vezes em duas décadas, destacou a transformação do país, que deixou de ser apenas um seguidor no cenário econômico para se tornar um protagonista com a Visão 2030. Este ambicioso programa, liderado por MbS, visa diversificar a economia saudita, reduzindo sua dependência do petróleo e impulsionando projetos como NEOM, uma cidade futurista de alta tecnologia.
Além da Arábia Saudita, Trump visitará o Catar e os Emirados Árabes Unidos. No entanto, a ausência de uma parada em Israel gerou especulações sobre as prioridades americanas na região. Autoridades israelenses demonstraram cautela, enquanto cresce a frustração em Washington com a incapacidade de alcançar um cessar-fogo duradouro em Gaza.
O governo Trump também pressiona por um novo mecanismo de ajuda humanitária para Gaza e busca um acordo entre Israel e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para um cessar-fogo. Em paralelo, diplomatas americanos se reuniram com iranianos em Omã para discutir o programa nuclear de Teerã, com Trump alertando sobre uma possível ação militar caso a diplomacia falhe.
Fontes à agência Reuters revelaram que Trump oferecerá à Arábia Saudita um pacote de armas superior a US$ 100 bilhões, incluindo equipamentos avançados. Além disso, o governo americano busca expandir os Acordos de Abraham, que normalizaram relações entre Israel e vários países árabes.
Trump também planeja uma possível visita à Turquia para discussões entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky sobre a guerra na Ucrânia. Um assessor de Zelensky afirmou que o presidente ucraniano só participará se Putin estiver presente, enquanto o líder russo questionou a legitimidade de Zelensky.
A visita ao Golfo é a segunda viagem internacional de Trump desde seu retorno à presidência em janeiro, após ter participado do funeral do Papa Francisco em Roma. Com desafios geopolíticos e econômicos, o presidente dos EUA tenta consolidar parcerias estratégicas que reforcem a posição americana na região.