O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, anunciou que a Universidade Harvard não será mais elegível para bolsas governamentais, segundo afirmou um alto funcionário da Casa Branca na segunda-feira (5). A secretária de Educação, Linda McMahon, enviará uma carta ao presidente de Harvard, Alan Garber, informando que a instituição perderá o acesso a recursos federais caso não implemente mudanças significativas em sua gestão.
A medida é justificada pela alegada baixa confiança pública no ensino superior, pela suposta falha da universidade em combater o antissemitismo no campus e por questionamentos quanto ao status de isenção fiscal de sua ampla dotação financeira. Em mensagem nas redes sociais, Trump reforçou a possibilidade de revogar o status fiscal de Harvard: “Vamos retirar o status de isenção fiscal de Harvard. É o que eles merecem!”.
No início deste ano, o Departamento de Educação apresentou a Harvard uma lista de exigências, incluindo a eliminação de programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) e o fortalecimento de ações contra o antissemitismo. A universidade, em resposta, afirmou não estar disposta a cumprir demandas que, segundo ela, ultrapassam a autoridade legal da administração.
Diante da resistência, o governo Trump congelou US$ 2,26 bilhões em recursos da universidade, com mais de US$ 9 bilhões em financiamento sob análise. Também exigiu que Harvard divulgasse informações sobre possíveis laços estrangeiros, e o Departamento de Segurança Interna ameaçou limitar sua capacidade de matricular estudantes estrangeiros.
Para responder às críticas, Harvard divulgou relatórios nos quais alunos judeus, israelenses, sionistas, muçulmanos, árabes e pró-palestinos relataram sentir-se marginalizados após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e os protestos subsequentes no campus. Alan Garber, presidente de Harvard, classificou como “altamente ilegal” a possibilidade de Trump revogar o status de isenção fiscal da universidade, advertindo que tal medida enviaria uma mensagem negativa ao setor educacional.
Um funcionário da Casa Branca ainda questionou o baixo percentual de professores conservadores em Harvard e criticou a instituição por supostamente abandonar o rigor acadêmico, citando um escândalo de plágio envolvendo a ex-presidente Claudine Gay. Segundo ele, todos os fundos futuros para a universidade dependerão do cumprimento das exigências do governo Trump.