O governo de Donald Trump anunciou na terça-feira (6) o resgate de opositores ao regime de Nicolás Maduro que estavam asilados na representação diplomática da Argentina em Caracas, atualmente sob custódia do Brasil. O local estava cercado por agentes venezuelanos, com relatos de cortes de água e energia e presença de franco-atiradores.
“Após uma operação precisa, todos os reféns estão em segurança em solo americano”, declarou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na plataforma X, agradecendo ao pessoal envolvido e aos parceiros que contribuíram para o resgate. Os detalhes da operação não foram revelados.
Os cinco resgatados são aliados de María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, e estavam na embaixada desde março de 2024, após serem acusados de conspiração pelo procurador-geral da Venezuela. O Ministério da Informação venezuelano não comentou o episódio, e o governo brasileiro afirmou não ter sido informado sobre a ação.
O cerco à embaixada teve episódios de patrulhas, controle de acesso e até franco-atiradores, conforme relataram pessoas próximas a Machado. Desde 5 de agosto, após a expulsão dos diplomatas argentinos por Caracas, a custódia do local foi atribuída ao Brasil, que tentou negociar salvo-conduto para os asilados, incluindo a oferta de enviar um avião para retirá-los —sem sucesso.
Corina Machado celebrou o resgate nas redes sociais, classificando-o como “uma operação impecável e épica pela liberdade de cinco heróis da Venezuela”. Inicialmente, eram seis asilados. No entanto, Fernando Martínez Mottola, que se entregou em dezembro de 2024 e foi colocado em liberdade condicional, faleceu em fevereiro de 2025.
O resgate ocorre em meio a tensões entre Caracas e Washington, especialmente pela política de deportações em massa do governo Trump, que recentemente enviou mais de 200 venezuelanos a uma prisão de segurança máxima em El Salvador.
Apesar de reconhecer Edmundo González como presidente eleito da Venezuela, o governo Trump mantém diálogo com Maduro para atender a interesses domésticos e internacionais, incluindo negociações migratórias que não foram concluídas.