O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcará na noite desta terça-feira (6) para Moscou, onde participará do 80º aniversário do Dia da Vitória, data que celebra a derrota da Alemanha nazista pelos Aliados na Segunda Guerra Mundial. A visita ocorre a convite do presidente russo, Vladimir Putin.
Lula deve aproveitar a ocasião para reiterar sua posição sobre a necessidade de diálogo e paz na guerra entre Rússia e Ucrânia. Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente brasileiro tem se posicionado como defensor da mediação internacional, buscando contribuir para soluções pacíficas em conflitos globais — inclusive entre Israel e o grupo Hamas.
Entretanto, sua atuação é vista com ceticismo por parte de líderes internacionais. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou a afirmar que Lula não tem mais relevância para mediar a guerra. Em 2024, Brasil e China apresentaram proposta conjunta por uma “resolução pacífica” do conflito, sem avanços práticos.
A relação entre Lula e Zelensky deteriorou-se após declarações controversas do presidente brasileiro, como a sugestão de que a Ucrânia poderia ceder a Crimeia à Rússia e a afirmação de que Kiev estaria “gostando” da continuidade da guerra. A atual viagem à Rússia ocorre seis meses após Lula cancelar uma visita anterior devido a uma queda no Palácio da Alvorada, que exigiu atendimento médico emergencial.
Após a agenda em Moscou, Lula seguirá para a China no sábado (10), onde participará do encontro entre a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e o governo chinês. O ponto alto da visita será a reunião bilateral com o presidente Xi Jinping, em meio a uma guerra comercial entre China e Estados Unidos.
O Brasil é o maior fornecedor de produtos agrícolas para o mercado chinês. Em 2024, exportou 74,65 milhões de toneladas de soja, totalizando US$ 36,48 bilhões. Ao fim do giro internacional, Lula terá acumulado 105 dias fora do país desde o início do mandato.