Governador petista da Bahia afirma que bolsonaristas deveriam “ir para a vala”

A declaração foi dada na última sexta-feira (2), em evento que reuniu apoiadores, deputados federais e prefeitos da região.


Durante inauguração de uma escola em América Dourada, no interior da Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que os eleitores do ex-mandatário deveriam ser levados “para a vala”. A declaração foi dada na última sexta-feira (2), em evento que reuniu apoiadores, deputados federais e prefeitos da região.

“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira. Bota e leva tudo para vala”, declarou o governador, ao discursar na entrega de títulos de terra e na inauguração do Colégio Estadual Professora Nancy da Rocha Cardoso.

Na manhã desta segunda-feira (5), em visita às obras de reforma do Teatro Castro Alves, em Salvador, Jerônimo minimizou as falas, alegando que foram tiradas de contexto. “Quem me conhece sabe: eu sou uma pessoa religiosa, sou de família. Nunca trataria um opositor dessa forma. A fala foi descontextualizada. Expressei minha indignação com a forma como o país foi tratado”, disse.

O governador ainda pediu desculpas pelos termos utilizados. “Se o termo ‘vala’ e o termo ‘trator’ foram pejorativos ou muito fortes, eu peço desculpas. Não foi minha intenção. Não tenho problema em reconhecer quando há excessos movidos pela indignação.”

As declarações repercutiram negativamente entre aliados de Bolsonaro. Em publicação nas redes sociais, o ex-presidente afirmou que o petista fez “um discurso carregado de ódio” e defendeu que a fala “deveria gerar repúdio imediato e ações institucionais firmes”.

Líderes do PL e parlamentares bolsonaristas também reagiram. O deputado estadual Diego Castro (PL) apresentou denúncia ao STF contra Jerônimo, alegando que a fala “ultrapassa os limites do discurso político e representa ameaça à integridade física de opositores”.