Ataque a bomba em show de Lady Gaga tinha como alvos crianças e pessoas LGBTQIA+, diz polícia

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão contra nove suspeitos em quatro estados.


Uma operação integrada da Polícia Civil evitou um ataque a bomba durante o show da cantora Lady Gaga, realizado na noite de sábado (3), em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. A ação, segundo as autoridades, salvou centenas de vidas e desarticulou um grupo extremista que promovia discurso de ódio na internet.

“Foi uma ação integrada e que salvou centenas de vidas. Esses grupos organizados buscam notoriedade para atrair mais participantes, muitos deles adolescentes e até crianças. Nosso objetivo é garantir que a internet não seja um território sem lei”, declarou o delegado Luiz Lima, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão contra nove suspeitos em quatro estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Entre os alvos, estava um homem de Macaé, no Norte Fluminense, que acusava Lady Gaga de envolvimento com rituais satânicos e ameaçava cometer um assassinato durante o evento. “Ele dizia que a cantora era satanista e que faria um ritual também, matando uma criança durante o show”, afirmou o delegado Felipe Curi.

Segundo o delegado Carlos Oliveira, da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (DRAE), a legislação antiterrorismo prevê que atos preparatórios também configuram crime. “Não é necessário esperar o lançamento de um coquetel molotov. A partir do momento em que há intenção e articulação com outros indivíduos, o ato preparatório já é punível”, explicou.

Além do suspeito de terrorismo, um homem foi preso no Rio Grande do Sul por porte ilegal de arma e um adolescente foi apreendido no Rio por armazenar material de pornografia infantil. O grupo visava especialmente crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+, conforme indicaram as investigações.

A Polícia Civil segue monitorando atividades digitais para prevenir novos ataques e proteger populações vulneráveis.