EUA e Ucrânia firmam acordo econômico para exploração de terras raras

Entre os recursos cobiçados estão titânio, urânio, lítio, grafite, manganês, petróleo e gás natural.


Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram nesta quarta-feira (30) um acordo econômico que estabelece os termos para a exploração conjunta de terras raras e recursos naturais no território ucraniano. A medida é vista como estratégica tanto para a reconstrução do país quanto para a segurança energética e tecnológica dos EUA.

O tratado, com validade de 10 anos, prevê a criação de um fundo binacional destinado ao financiamento de projetos de reconstrução ucranianos. A parceria também garante aos EUA acesso preferencial a novos contratos de exploração, embora sem direito automático a jazidas ou à infraestrutura energética local.

A assinatura ocorre após meses de negociações, marcadas por pressões do presidente americano, Donald Trump, que desde fevereiro exigia a formalização do acordo como condição para a manutenção da assistência militar e financeira à Ucrânia na guerra contra a Rússia. Segundo Trump, o pacto representa uma forma de reembolso pelos bilhões de dólares já enviados em apoio ao país desde 2022.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou que o acordo viabiliza investimentos estruturantes na economia ucraniana e incorpora padrões de governança que favorecem o ambiente de negócios. “Essa parceria permite mobilizar capital, talento e know-how norte-americano para impulsionar a recuperação econômica da Ucrânia”, afirmou.

A ministra da Economia ucraniana, Yulia Svyrydenko, confirmou a assinatura em Washington e ressaltou o potencial da medida para atrair investimentos globais. Já o primeiro-ministro Denys Shmyhal afirmou que o texto final foi reformulado para garantir uma parceria igualitária.

Entre os recursos cobiçados estão titânio, urânio, lítio, grafite, manganês, petróleo e gás natural — todos considerados estratégicos para a indústria militar, energética e de tecnologia. O fundo será abastecido com 50% dos lucros e royalties gerados por novas permissões de exploração no país. A ajuda militar futura será contabilizada no escopo do acordo.