A operadora da rede elétrica de Portugal, REN, informou que o apagão que atingiu Portugal e grandes áreas da Espanha nesta segunda-feira (28) foi provocado por uma falha na rede espanhola, relacionada a um fenômeno atmosférico raro denominado “vibração atmosférica induzida”. De acordo com a empresa, oscilações anormais nas linhas de alta tensão, causadas por variações extremas de temperatura no interior da Espanha, geraram falhas de sincronização entre os sistemas elétricos, perturbando toda a rede europeia interligada.
A REN destacou que, devido à complexidade do incidente e à necessidade de reequilibrar os fluxos de energia, a normalização completa da rede poderá levar até uma semana.
O chefe de operações da operadora espanhola REE, Eduardo Prieto, afirmou em coletiva de imprensa que o fornecimento na Espanha deverá ser restabelecido entre seis e dez horas. Prieto classificou o evento como “excepcional e extraordinário”.
O apagão teve início por volta das 12h locais (7h de Brasília). Em comunicado na rede social X, a Red Eléctrica anunciou a ativação de planos de restauração em parceria com outras empresas do setor e relatou progresso gradual na recuperação da energia, começando pelo norte e pelo sul da península.
A interrupção no fornecimento causou atrasos em aeroportos e afetou estações de metrô e trens. A operadora ferroviária Renfe interrompeu seus serviços, enquanto a empresa de aeroportos Aena relatou atrasos apesar do acionamento de geradores. Companhias aéreas reportaram problemas nos aeroportos de Madri e Barcelona, e o tráfego aéreo foi reduzido em Lisboa.
O apagão também impactou as telecomunicações, com dificuldades para realizar chamadas e lentidão no serviço de mensagens, conforme reportado pelo jornal “El País”.
Em Portugal, a polícia confirmou o desligamento de semáforos em todo o país, o fechamento dos metrôs de Lisboa e Porto, e a interrupção de serviços ferroviários. A distribuidora E-Redes atribuiu o corte de energia à necessidade de estabilização da rede europeia.
A operadora francesa RTE relatou uma breve interrupção, já solucionada. As investigações sobre as causas do apagão seguem em andamento, sem descartar qualquer hipótese, incluindo ataques cibernéticos. Contudo, o Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal informou que não há evidências de ação maliciosa.