A Califórnia superou o Japão e alcançou a posição de quarta maior economia do mundo em 2024, segundo dados preliminares do Departamento de Análise Econômica dos Estados Unidos. O Produto Interno Bruto (PIB) nominal do estado alcançou US$ 4,1 trilhões, ultrapassando os US$ 4,02 trilhões registrados pelo Japão no mesmo período, conforme dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Com isso, apenas os Estados Unidos, a China e a Alemanha possuem economias superiores à da Califórnia, que registrou crescimento de 6% no ano passado. O governador Gavin Newsom celebrou o marco, afirmando que o estado “não está apenas acompanhando o mundo — está ditando o ritmo”. Ele atribuiu o sucesso ao investimento em pessoas, à sustentabilidade e à inovação.
Apesar do crescimento, Newsom alertou para riscos às conquistas econômicas, apontando as políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, como ameaça. Em comunicado, afirmou que as tarifas decretadas pela atual administração federal vêm afetando negativamente famílias e empresas locais.
Na semana passada, a Califórnia ingressou com uma ação judicial contra Trump, contestando a legalidade do uso de poderes emergenciais para impor tarifas comerciais abrangentes. O processo, protocolado em 16 de abril em tribunal federal, alega que Trump excedeu sua autoridade ao impor tarifas a países como México, China e Canadá, bem como uma tarifa geral de 10% sobre importações globais, sem aprovação do Congresso.
A ação contesta a aplicação da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), de 1977, que permite ao presidente adotar sanções em situações de emergência, mas exige consulta e prestação de contas ao Congresso. Segundo Newsom, as tarifas resultaram em danos “imediatos e irreparáveis”, afetando a cadeia de suprimentos, elevando custos e provocando prejuízos bilionários.
Em 2024, a Califórnia movimentou aproximadamente US$ 675 bilhões em comércio bilateral, sendo México, Canadá e China seus principais parceiros. Juntos, responderam por mais de 40% das importações do estado. Outros doze estados também acionaram a Justiça, alegando que as tarifas equivalem a aumentos ilegais de impostos. A Casa Branca classificou as ações como “caça às bruxas”.