Vereadores de São Paulo aprovam reajuste de 2,6% para servidores

A proposta foi aprovada com 31 votos favoráveis e 15 contrários, dos 55 vereadores da Casa.


A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em primeira votação, o projeto de lei do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que propõe reajuste salarial de 2,60% para os servidores municipais em 2025. O texto também estabelece novo aumento de 2,55% a partir de maio de 2026, totalizando correção acumulada de 5,2% em dois anos. A inflação de 2024, no entanto, foi de 4,83%.

A proposta foi aprovada com 31 votos favoráveis e 15 contrários, dos 55 vereadores da Casa. Para entrar em vigor, o projeto precisa passar por segunda votação, prevista para a próxima terça-feira (29), quando haverá também uma audiência pública pela manhã.

Durante a sessão plenária de quarta-feira (23), servidores protestaram em frente à Câmara contra a proposta. Representantes sindicais reivindicam reajuste de 12,9%. Em nota, a gestão municipal afirmou que o índice considera a variação do IPC-FIPE acumulado de março de 2024 a março de 2025, de 5,16%. Caso aprovada, a medida terá impacto estimado de R$ 1,2 bilhão nos cofres públicos. Os mesmos percentuais também se aplicarão ao auxílio-refeição, vale-alimentação, e vencimentos de comissionados, aposentados e pensionistas.

Em março de 2024, o reajuste aprovado foi de 2,16%, abaixo da inflação de 3,13% entre maio de 2023 e fevereiro de 2024. A prefeitura ressalta que professores tiveram aumento de até 45% em 2024, com o salário inicial de 40 horas subindo de R$ 3.832,37 em 2021 para R$ 5.533,09. Os auxílios também cresceram até 86% no mesmo período.

Apesar disso, os professores decidiram manter a greve por tempo indeterminado em assembleia na terça-feira (22). Essa é a segunda paralisação do funcionalismo em 2025. Nunes afirmou: “A gente não vai permitir que essas pessoas utilizem de ações políticas partidárias para conturbar o processo pedagógico”.

O plenário teve embates acalorados. A vereadora Luana Alves (PSOL) criticou Rubinho Nunes (União Brasil) por apoiar o projeto e lembrar que votou favoravelmente ao reajuste de 37% nos salários dos vereadores, em 2023. Já Celso Gianazzi (PSOL) acusou Zoe Martínez (PL) de chamar os servidores de “vagabundos”. Houve confusão entre Keith Lima (PSOL) e Amanda Vettorazzo (União Brasil), após críticas à greve dos professores.