O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira (23) que os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram “vítimas fáceis” de um esquema fraudulento que teria desviado, de forma indevida, cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A declaração foi feita após a deflagração da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF).
A investigação aponta a realização de descontos associativos indevidos nos benefícios previdenciários de milhares de aposentados e pensionistas. Os valores eram repassados a entidades e sindicatos, sem autorização prévia dos beneficiários, o que é exigido por lei — salvo em situações amparadas por decisão judicial.
“Foi uma fraude contra os aposentados, pessoas que já estão numa fase naturalmente mais debilitada da vida e foram vítimas, vamos dizer, fáceis destes criminosos que se apropriaram das pensões e das aposentadorias”, declarou o ministro durante coletiva de imprensa.
Lewandowski destacou ainda que, embora de grande porte, a operação “não é extraordinária”, mas parte do conjunto de ações do Ministério da Justiça voltadas ao combate ao crime organizado. Segundo ele, a intenção é proteger os aposentados e responsabilizar os envolvidos.
Cerca de 700 agentes da Polícia Federal e 80 servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) participaram da operação, que cumpriu 211 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária e ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão. A operação foi realizada no Distrito Federal e em 13 estados.
Durante as diligências, foram apreendidos carros de luxo, dinheiro em espécie, joias, obras de arte e outros bens. Seis servidores do INSS foram afastados de suas funções.