O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou, na terça-feira (22), que não pretende demitir Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, antes do fim de seu mandato, previsto para 2026. “Nenhuma”, respondeu Trump, ao ser questionado no Salão Oval sobre a possibilidade de remover Powell. “Nunca busquei isso.”
A declaração marca uma mudança significativa no tom de Trump, que recentemente vinha elevando o nível de críticas contra Powell e chegou a sugerir a possibilidade de destituí-lo. As bolsas americanas reagiram positivamente, com alta nos principais índices após os comentários.
Powell, nomeado pelo próprio Trump durante seu primeiro mandato, tem sido alvo frequente do presidente norte-americano, que pressiona o Federal Reserve a reduzir as taxas de juros para impulsionar a economia. Na semana anterior, Trump chegou a afirmar: “Se eu quiser que ele saia de lá, ele sairá muito rápido”. Já o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, declarou que a equipe presidencial avaliava a viabilidade legal da demissão.
Na segunda-feira, Trump intensificou seus ataques, chamando Powell de “grande perdedor” e exigindo corte imediato nas taxas. No entanto, o próprio Powell já declarou que o presidente não tem autoridade legal para destituí-lo do cargo.
Em novo posicionamento, Trump afirmou: “a imprensa foge com as coisas”. Após a posse de Paul Atkins como presidente da Comissão de Valores Mobiliários, reiterou: “Não, não tenho intenção de demiti-lo”. E acrescentou: “Gostaria de vê-lo um pouco mais ativo em sua ideia de reduzir as taxas de juros. Este é o momento perfeito para isso”.
Analistas alertam que qualquer tentativa de remover o presidente do Fed, órgão que preza pela independência institucional, poderia causar forte instabilidade nos mercados.