O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi informado, na manhã desta quarta-feira (23), sobre a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF), que apura um esquema de cobranças indevidas contra aposentados e pensionistas do INSS. Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, Lula “demonstrou grande preocupação e interesse” ao tomar conhecimento do caso.
“O presidente pediu detalhes da operação assim que foi informado. Isso é praxe quando se trata de ações de grande vulto, mesmo estando sob segredo de Justiça”, afirmou Lewandowski durante coletiva de imprensa. O ministro ainda destacou que foi realizada uma reunião para avaliar o material colhido pela PF e discutir providências administrativas e policiais. “Trata-se de uma operação de proteção aos aposentados”, reforçou.
A operação investiga a atuação de entidades que tinham convênio com o INSS para realizar descontos associativos nas aposentadorias e pensões. De acordo com a PF, essas cobranças eram feitas sem autorização dos beneficiários, que só perceberam os débitos após o valor ser descontado diretamente em folha.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, é um dos alvos da operação e foi afastado do cargo. Além dele, são investigadas outras pessoas ligadas às entidades, operadores e servidores públicos. A estimativa da PF é que os descontos indevidos tenham somado aproximadamente R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A megaoperação ocorre em 13 estados e no Distrito Federal. Ao todo, foram expedidos 211 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão. Conforme apontado pelas investigações, o esquema teve início durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e continuou nos primeiros meses da atual gestão.