Lembra da chinesa DeepSeek? Pois é, ninguém mais se lembra. Ela flopou!

DeepSeek surgiu como rival do ChatGPT, mas desapareceu após censura, críticas e banimentos internacionais.


Quando foi apresentada ao mundo, a DeepSeek carregava o peso de uma promessa ambiciosa: tornar-se a principal alternativa chinesa aos modelos ocidentais de inteligência artificial, como o ChatGPT da OpenAI ou o Claude da Anthropic. Com um modelo de código aberto, treinado com custo reduzido e apresentado como altamente eficiente, a DeepSeek chegou a ser saudada por parte da imprensa como um marco do avanço tecnológico da China. No entanto, poucos meses após seu lançamento oficial, a iniciativa praticamente desapareceu do radar global.

O projeto, comandado por engenheiros que haviam passado por gigantes como Microsoft, Baidu e Alibaba, teve início com modelos baseados em dados amplos e infraestrutura robusta. O DeepSeek-R1, por exemplo, foi treinado com 2 trilhões de tokens e cerca de 870 bilhões de parâmetros — uma escala impressionante. Mais surpreendente ainda era o custo: US$ 6 milhões, contra os cerca de US$ 100 milhões estimados para o GPT-4.

Apesar disso, a DeepSeek começou a enfrentar críticas já nas primeiras semanas de testes públicos. Usuários e pesquisadores notaram que o sistema censurava automaticamente tópicos sensíveis ao regime chinês, como a repressão em Hong Kong, o massacre da Praça da Paz Celestial ou a independência de Taiwan. As respostas sumiam diante dos olhos dos usuários, com um mecanismo de autocensura em tempo real — algo nunca antes visto em modelos abertos.

As consequências não demoraram. Diversos países passaram a questionar a segurança do uso da IA chinesa. Em fevereiro de 2025, um levantamento da Euronews apontava que ao menos sete países já haviam restringido ou banido a DeepSeek, incluindo Itália, Austrália, Taiwan, Coreia do Sul, França, Canadá e os Estados Unidos. A justificativa girava em torno de riscos à soberania digital, suspeitas de espionagem estatal e uso indevido de dados.

As tensões aumentaram quando parlamentares norte-americanos revelaram que a DeepSeek havia supostamente adquirido mais de 60 mil GPUs avançadas da Nvidia, mesmo após as sanções impostas pelo governo dos EUA. A origem e a legalidade dessas aquisições seguem sendo investigadas por agências de inteligência, e parlamentares chegaram a sugerir que a empresa deveria ser proibida de operar em qualquer ecossistema vinculado a redes norte-americanas.

Com isso, a DeepSeek se viu isolada, não apenas politicamente, mas também no mercado. Enquanto OpenAI, Google e Anthropic disputam o centro das atenções com atualizações semanais e integração em grandes plataformas, a IA chinesa praticamente desapareceu da mídia especializada e das discussões globais. Sua comunidade no GitHub estagnou, e as contribuições no repositório aberto caíram drasticamente.

A trajetória da DeepSeek é reveladora. Em um mundo onde os avanços em IA são celebrados com entusiasmo, a confiança — tanto ética quanto geopolítica — se tornou tão essencial quanto a capacidade técnica. Flopar, neste contexto, não significa apenas perder usuários, mas perder legitimidade.