Governo Trump taxa navios chineses e mira segurança econômica dos EUA

O governo chinês criticou a decisão e prometeu reagir.


O governo dos Estados Unidos anunciou a aplicação de tarifas sobre embarcações construídas na China, após investigação conjunta dos governos Biden e Trump concluir que políticas chinesas impõem restrições irracionais ao comércio americano. A medida busca combater o domínio chinês na construção naval, considerado uma ameaça à segurança econômica dos EUA.

“Navios e transporte marítimo são vitais para a segurança econômica americana e o livre fluxo do comércio”, afirmou o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer. “As ações do governo Trump começarão a reverter o domínio chinês, enfrentar ameaças à cadeia de suprimentos e incentivar a demanda por navios fabricados nos EUA.”

As tarifas incidirão por viagem, e não por porto, conforme revisão feita após audiências públicas em março. O governo americano justificou a mudança diante de críticas de mais de 300 grupos e empresas, que alertaram para os riscos econômicos da medida. Atualmente, embarcações chinesas representam quase 98% da frota mercante global.

Navios fabricados na China enfrentarão, a partir de outubro de 2025, tarifa de US$ 50 por tonelada líquida, valor que subirá progressivamente até atingir US$ 140 por tonelada em 2028. Operadores poderão ser cobrados até cinco vezes por ano, por embarcação.

Para navios não chineses construídos na China, as tarifas começam em US$ 18 por tonelada líquida (US$ 120 por contêiner) em outubro de 2025, chegando a US$ 33 por tonelada (US$ 250 por contêiner) em 2028.

Isenções poderão ser concedidas mediante comprovação de encomenda de embarcação em estaleiro dos EUA, com tonelagem equivalente ou inferior à da embarcação estrangeira. Caso o navio encomendado não seja entregue em até três anos, as tarifas serão aplicadas.

Navios de transporte de veículos fabricados no exterior pagarão inicialmente US$ 150 por unidade equivalente de veículo. Exportações a granel, como carvão ou grãos, e navios vazios estarão isentos.

O governo chinês criticou a decisão e prometeu reagir. O World Shipping Council também manifestou “sérias preocupações”, classificando a medida como prejudicial à economia americana.