Autoridades dos Estados Unidos e do Irã realizarão neste sábado (12), em Omã, uma reunião com o objetivo de retomar o diálogo sobre o programa nuclear iraniano. O encontro acontece em meio ao agravamento das tensões entre os dois países, marcado por acusações mútuas e ameaças de retaliação.
Os Estados Unidos buscam convencer o Irã a interromper ou limitar seu programa nuclear, sob o temor de que Teerã esteja próximo de desenvolver uma arma atômica. O Irã, por sua vez, nega qualquer intenção militar, afirmando que seu programa tem fins exclusivamente pacíficos e civis.
Em 2015, um acordo foi firmado entre o Irã, os EUA e outras potências globais, estabelecendo limites ao programa iraniano em troca da suspensão de sanções. No entanto, em 2018, os EUA se retiraram unilateralmente do pacto. Com o retorno de Donald Trump à presidência neste ano, a estratégia de “pressão máxima” contra o regime iraniano foi retomada, com a reimposição de sanções econômicas severas.
A reunião será mediada pelo chefe da diplomacia de Omã, Badr al Busaidi. A delegação americana será liderada por Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, enquanto o Irã será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi.
Na véspera da reunião, o conselheiro iraniano Ali Shamkhani declarou que o Irã busca um acordo “real e justo”. Já o porta-voz Esmail Baqai afirmou que o país está “dando uma verdadeira chance à diplomacia”. Em resposta, Trump reiterou que o Irã não deve obter armas nucleares, embora tenha afirmado desejar que o país “seja feliz e próspero”.
Trump também afirmou que, se necessário, os EUA recorrerão à força militar, indicando que Israel lideraria uma eventual ofensiva. O Irã respondeu que, diante de “ameaças persistentes”, poderá tomar medidas como a expulsão de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica. O Departamento de Estado norte-americano advertiu que tal ato seria uma grave escalada.