China impõe restrições a filmes dos EUA em retaliação a tarifas, e Trump reage com indireta

A escalada ocorre após a Casa Branca anunciar tarifas de 145% sobre produtos chineses, superando os 125% definidos anteriormente por Trump.


O governo chinês anunciou restrições imediatas à importação de filmes americanos, em resposta direta ao aumento de tarifas sobre produtos chineses implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida, divulgada pela Administração Nacional de Cinema da China (NFA), foi apresentada como uma forma de “respeitar as escolhas do público” e reduzir gradualmente a presença de produções de Hollywood no país.

Durante reunião de gabinete, Trump foi questionado sobre a retaliação chinesa e reagiu com desdém: “Acho que já ouvi coisas piores”, declarou, arrancando risos da sala.

Segundo a Reuters, o impacto econômico para os estúdios americanos deve ser limitado, já que os filmes de Hollywood vêm perdendo espaço no mercado chinês. Atualmente, essas produções representam apenas 5% da bilheteria no país. Além disso, os estúdios recebem apenas 25% da arrecadação com ingressos na China — metade do percentual obtido em outros mercados.

A China, que por cerca de três décadas importava anualmente dez filmes de Hollywood, afirma que o endurecimento das tarifas por parte dos EUA prejudica o interesse do público chinês pelas produções americanas. A NFA reforçou que seguirá “as regras do mercado” e ajustará as importações conforme a demanda.

Enquanto isso, na China, filmes chineses vêm superando os títulos americanos em bilheteria. Um exemplo citado foi o desempenho de “Ne Zha 2”, que ultrapassou “Divertida Mente 2”, tornando-se a animação com maior arrecadação da história no país.

Ainda não está claro se a China permitirá a estreia de grandes produções dos EUA previstas para 2025. A Disney obteve liberação para lançar “Thunderbolts”, da Marvel, em 30 de abril, mas títulos como “Missão: Impossível – O Julgamento Final” e “Superman”, de James Gunn, estão sob risco.

A escalada ocorre após a Casa Branca anunciar tarifas de 145% sobre produtos chineses, superando os 125% definidos anteriormente por Trump. O presidente afirmou que reduzirá as taxas a 10% para países que não adotarem medidas retaliatórias contra os EUA.