O Conselho de Ética da Câmara aprovou, por 13 votos a 5, parecer que recomenda a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) por quebra de decoro parlamentar. O processo se refere a um episódio ocorrido em abril de 2024, quando o parlamentar expulsou, com chutes e empurrões, o militante Gabriel Costenaro, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), das dependências da Câmara dos Deputados.
Durante a sessão desta semana, marcada por tumultos e palavras de ordem de seus apoiadores, Glauber anunciou greve de fome até que o plenário da Casa vote o parecer. Ainda não há data para essa votação. Para que a cassação seja efetivada, são necessários ao menos 257 votos favoráveis entre os 513 deputados. Antes disso, ele pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), acolheu denúncia apresentada pelo Partido Novo e afirmou não ter “dúvidas” sobre a ocorrência das agressões. Glauber rebateu, acusando Magalhães de agir com “parcialidade” e disse que o voto já estava “sacramentado” antes mesmo da análise do processo.
O deputado também acusa o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) de “interferir politicamente no caso”, apontando retaliação após ele denunciar supostas irregularidades na liberação de emendas parlamentares.
A denúncia foi protocolada pelo Novo logo após o episódio. Segundo vídeos e testemunhos, o desentendimento verbal entre Glauber e Costenaro teria evoluído para confronto físico. Glauber alega que apenas reagiu a “provocações sistemáticas” do militante e de aliados do MBL.