O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, defendeu no domingo (6) as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, negando que os custos recairão sobre os consumidores americanos.
“Então, o fato é que os países estão bravos e retaliando e, a propósito, chegando à mesa. Recebi um relatório do [Representante Comercial dos EUA] ontem à noite de que mais de 50 países entraram em contato com o presidente para iniciar uma negociação”, afirmou Hassett à emissora ABC News.
Segundo ele, os países atingidos pelas tarifas “entendem que arcam com grande parte da tarifa”. Ele argumenta que o impacto será limitado para o público americano: “Não acho que você verá um grande efeito no consumidor nos EUA porque acho que a razão pela qual temos um déficit comercial persistente e de longo prazo é que essas pessoas têm uma oferta muito inelástica”.
Trump anunciou uma tarifa universal de 10% sobre todas as importações e sobretaxas ainda maiores para parceiros específicos. A medida entrou em vigor no sábado, com as tarifas adicionais previstas para a próxima quarta-feira (9).
O ex-secretário do Tesouro dos EUA, Larry Summers, criticou duramente a política, classificando-a como “a maior ferida autoinfligida que colocamos em nossa economia na história”. Para Summers, “estamos aumentando a inflação porque os preços estão mais altos por causa das tarifas. Isso dá às pessoas menos poder de compra. Isso significa menos empregos”.
Segundo ele, os mercados precificaram as perdas com a medida. “As empresas valerão US$ 5 trilhões a menos do que pensavam antes do início dessas tarifas. Se você adicionar a perda para os consumidores, uma estimativa razoável provavelmente seria algo como US$ 30 trilhões.”
A resposta da China aprofundou os temores. Nesta segunda-feira (7), o índice Hang Seng de Hong Kong caiu 13,2%, maior queda desde 1997. O índice de tecnologia recuou 17%, acumulando queda de 27% em um mês.
Na China continental, o CSI300 caiu 7% e o CSI1000 despencou 11,39%. A Central Huijin, braço do fundo soberano chinês, ampliou sua presença no mercado para conter a instabilidade. O yuan atingiu o menor valor desde janeiro.