Ato com Bolsonaro reúne 44,9 mil na Paulista, diz USP

A metodologia utilizou imagens captadas por drones e processadas com inteligência artificial para estimar a multidão.


A manifestação liderada por Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (6), na Avenida Paulista, reuniu cerca de 44,9 mil pessoas, segundo análise do Monitor do Debate Político do Cebrap e da ONG More in Common. A metodologia utilizou imagens captadas por drones e processadas com inteligência artificial para estimar a multidão.

O cálculo foi feito às 15h44, pico do ato, a partir de 47 fotos — nove delas analisadas por software treinado com dados da Universidade de Xangai e da USP. A IA identificou e contou as pessoas com base em suas cabeças, alcançando precisão de 72,9% e acurácia de 69,5%. O erro médio da contagem é de 12%, para mais ou para menos, em áreas densas.

Há três semanas, outra manifestação no Rio, também convocada por Bolsonaro, reuniu 18,3 mil pessoas. O método usado foi o mesmo, chamado P2PNet, criado por pesquisadores chineses da Universidade de Chequião em parceria com a empresa Tencent.

O ato deste domingo teve início por volta das 14h e contou com discursos contra o STF e a favor do projeto de anistia em tramitação na Câmara, que pode beneficiar presos como a cabeleireira Débora Rodrigues Santos, detida após pichar com batom a estátua “A Justiça”.

Além de Bolsonaro, participaram os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Junior (PR), Wilson Lima (AM), Ronaldo Caiado (GO), Mauro Mendes (MT) e Jorginho Mello (SC).

Às 15h40, Bolsonaro discursou. Pediu anistia aos presos, criticou sua inelegibilidade e afirmou: “Eleições em 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, é escancarar a ditadura no Brasil”.

Em junho de 2023, o TSE o tornou inelegível até 2030. Em março, ele se tornou réu no STF por suposta tentativa de golpe em 2022, ao lado de oito aliados. Todos agora respondem a processo criminal.