O presidente da Rússia, Vladimir Putin, convocou 160 mil homens, entre 18 e 30 anos, para ampliar as Forças Armadas.
Essa convocação, a maior desde 2011, prevê um ano de serviço militar e ocorre meses após Putin declarar que a Rússia deve aumentar seu contingente para quase 2,39 milhões de oficiais, incluindo 1,5 milhão de soldados ativos.
Os números representam um acréscimo de 180 mil militares nos próximos três anos.
O vice-almirante Vladimir Tsimlyansky afirmou que os novos recrutas não serão enviados à Ucrânia, parte da chamada “operação militar especial”.
No entanto, há relatos de jovens mortos em combate, após serem deslocados para a linha de frente nos primeiros meses da guerra em larga escala.
O recrutamento atual, que se estenderá até julho, ocorre mesmo com os esforços dos EUA por um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.
Na terça-feira (1º), a violência continuou. A Ucrânia informou que um ataque russo contra uma instalação elétrica em Kherson deixou 45 mil sem energia.
Moscou, por sua vez, declarou ter capturado outra aldeia ucraniana, Rozlyiv, em Donetsk.
A Rússia convoca recrutas na primavera e no outono, mas o atual contingente supera em 10 mil soldados o do mesmo período de 2024.
Desde o início do ano passado, o número de jovens aptos ao alistamento cresceu, com o aumento da idade máxima de 27 para 30 anos.
Além das notificações enviadas por correio, os convocados serão informados via Gosuslugi, o portal estatal russo.
Diferente da convocação regular, Moscou também recrutou militares contratados e milhares de soldados norte-coreanos.
A Rússia enfrenta grandes perdas na guerra. A BBC e o ‘Mediazona’ verificaram mais de 100 mil baixas, mas o número real pode ser o dobro.
Putin já expandiu as Forças Armadas três vezes desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Em dezembro de 2023, o ministro da Defesa justificou essa ampliação pelas “crescentes ameaças” da guerra e pela “contínua expansão da OTAN”.
A OTAN se expandiu com a adesão da Finlândia e da Suécia, resultado direto da invasão russa.
A Finlândia tem a maior fronteira da OTAN com a Rússia, de 1.343 km. Na terça, o premiê finlandês, Petteri Orpo, anunciou a retirada de seu país da convenção de Ottawa, que proíbe minas antipessoais.
Outros países vizinhos da Rússia, como Polônia e Estados bálticos, tomaram medidas similares devido a ameaças russas.
Orpo afirmou que a decisão foi baseada em recomendações militares e que os finlandeses não devem se preocupar.
O governo finlandês também anunciou que os gastos com defesa subirão para 3% do PIB, contra 2,4% no ano passado.