Quatro republicanos rompem com Trump e apoiam democratas contra tarifas sobre o Canadá

O Senado dos EUA aprovou, nesta quarta-feira, uma resolução que protege o Canadá das tarifas de Trump.


O Senado dos EUA impôs um raro revés a Donald Trump ao aprovar uma medida contra suas tarifas sobre o Canadá. A votação foi apertada: 51 a 48. Quatro republicanos — Susan Collins, Rand Paul, Mitch McConnell e Lisa Murkowski — juntaram-se aos democratas.

A resolução foi proposta pelo senador Tim Kaine, mas dificilmente avançará na Câmara. Mesmo assim, simbolizou uma divisão no Partido Republicano no mesmo dia em que Trump anunciou novas tarifas. A Casa Branca chamou a medida de “Dia da Libertação”, enquanto o presidente pressionava senadores a rejeitá-la.

“Se essas tarifas entrarem em vigor, serão muito prejudiciais”, alertou Collins. Ela destacou que trabalhadores do Maine, como produtores de lagosta e mirtilo, sofreriam grandes impactos.

No Kentucky, um dos principais estados produtores de bourbon, a indústria de US$ 9 bilhões enfrenta tarifas retaliatórias. “É uma ideia terrível”, afirmou Rand Paul. Já McConnell alertou sobre possíveis consequências de longo prazo.

“As tarifas tornam mais caro fazer negócios na América”, disse McConnell. “Aumentam custos para produtores e consumidores.”

Democratas, liderados por Kaine, Mark Warner e Amy Klobuchar, usaram um procedimento legislativo para forçar a votação. Apenas uma maioria simples era necessária para aprovar a resolução.

Trump criticou diretamente os quatro republicanos. “Esperamos que entrem na onda republicana, para variar”, escreveu no Truth Social.

“O projeto é apenas uma manobra dos democratas para expor republicanos fracos”, afirmou. Ele garantiu que a medida não avançará na Câmara e prometeu vetá-la.

Durante um evento na Casa Branca, Trump anunciou novas tarifas contra aliados como Canadá, México e União Europeia. Ele impôs uma taxa de 25% sobre automóveis estrangeiros.

“Este é um dos dias mais importantes da história americana”, declarou na Casa Branca. “Agora é nossa vez de prosperar. Empregos e fábricas voltarão. Esta será a era de ouro da América.”