O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez novas declarações sobre a Groenlândia nesta quarta-feira (26). Em entrevista ao podcaster Vince Coglianese, Trump afirmou que os americanos “têm que ficar” com o território.
Nos últimos meses, o presidente americano tem repetido suas opiniões sobre a ilha, que, embora tenha um governo autônomo, ainda pertence à Dinamarca. A Groenlândia também debate um possível processo de independência.
Trump justificou seu posicionamento dizendo que a Groenlândia poderia servir como base para monitoramento militar, além de ser uma área estratégica para impedir possíveis ataques da Rússia ou da Europa. “Precisamos da Groenlândia para a segurança internacional. Precisamos dela”, declarou. “Odeio colocar dessa forma, mas temos que ficar com ela.”
A declaração ocorre dois dias antes da viagem do vice-presidente americano, J.D. Vance, à Groenlândia, que acontecerá na sexta-feira (28), sem convite oficial. A Casa Branca informou que o vice-presidente visitará uma base militar americana na ilha, acompanhado de sua esposa, Usha Vance, do conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e do secretário de Energia, Chris Wright.
Os governos da Dinamarca e da Groenlândia criticaram a visita. A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, classificou a pressão dos EUA como “inaceitável” e afirmou que a Dinamarca resistirá a isso. Por sua vez, o primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, chamou a visita de “interferência estrangeira” e se recusou a se reunir com a delegação americana. “Nossa integridade e nossa democracia devem ser respeitadas sem qualquer interferência estrangeira”, afirmou.
A Groenlândia, com 57 mil habitantes e coberta em 80% por gelo, é rica em recursos naturais, como hidrocarbonetos e minerais essenciais para a transição energética.
Trump já manifestou o desejo de assumir o controle da ilha e não descarta o uso da força para isso. Em março, ele afirmou que a Groenlândia seria vital para a “segurança internacional” e a “segurança nacional” dos EUA.