O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (24), que qualquer país que adquirir petróleo ou gás da Venezuela pagará uma tarifa de 25% sobre negociações feitas com os EUA.
A chamada “tarifa secundária” entrará em vigor em 2 de abril, conforme publicação de Trump no Truth Social.
Segundo ele, a Venezuela enviou “dezenas de milhares de criminosos”, incluindo membros da gangue “Tren de Aragua”, e tem sido “hostil aos EUA e às liberdades” defendidas pelo país.
“Portanto, qualquer país que compre petróleo e/ou gás da Venezuela será forçado a pagar uma tarifa de 25% aos Estados Unidos em qualquer comércio que fizer com nosso país”, afirmou Trump.
No início deste mês, Trump suspendeu por 30 dias a licença dada à Chevron desde 2022 para operar na Venezuela, após acusar Nicolás Maduro de não avançar nas reformas eleitorais e no retorno de migrantes.
Após o anúncio, o preço do petróleo subiu 1% no mercado internacional.
Mesmo com o endurecimento, a mídia internacional aponta que Trump pode flexibilizar a medida para setores específicos. Um funcionário do governo, no entanto, disse que o cenário ainda era incerto e sem decisão final.
Trump vai definir o conteúdo do anúncio do “Dia da Liberação” em 2 de abril. O objetivo é reduzir o déficit global de US$ 1,2 trilhão no comércio de mercadorias, elevando tarifas e confrontando barreiras não tarifárias de outros países.
O republicano também prometeu impor tarifas de 25% sobre automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos, mas adiou parte delas após pressão das três maiores montadoras dos EUA.
Segundo o Wall Street Journal e a Bloomberg, tarifas a setores específicos devem ser adiadas.
Desde que assumiu o cargo, Trump impôs tarifas de 20% sobre importações chinesas, restaurou as tarifas de 25% sobre aço e alumínio e aplicou a mesma alíquota sobre importações do Canadá e México fora do acordo comercial.
Altas autoridades do governo disseram que as tarifas recíprocas vão mirar países com superávits comerciais e barreiras tarifárias elevadas.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, chamou esses países de “15 Sujos”, enquanto o assessor econômico Kevin Hassett afirmou que o foco será em 10 a 15 nações.
O escritório do Representante de Comércio listou Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, União Europeia, Índia, Indonésia, Japão, Coreia, Malásia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Suíça, Taiwan, Tailândia, Turquia, Reino Unido e Vietnã como principais alvos.