O anúncio do desenvolvimento do caça F-47 pela Boeing, com apoio direto da presidência dos Estados Unidos, vai além de um simples contrato militar. Trata-se de um movimento geopolítico calculado que reforça a supremacia norte-americana no domínio aéreo e projeta uma mensagem clara aos principais rivais estratégicos — China e Rússia.
Ao investir US$ 20 bilhões em um caça de sexta geração, tripulado, dotado de tecnologia stealth avançada, sensores de última geração e capacidade de operar em conjunto com drones, os Estados Unidos demonstram que seguem na vanguarda do poder aéreo global. A fala do presidente americano, Donald Trump, destacando que “nada no mundo chega nem perto disso”, não é mero discurso patriótico — é um recado direto: Washington continuará a ditar as regras nos céus e no cenário militar mundial.
O general David Allvin reforça esse posicionamento ao afirmar que o F-47 será mais barato, mais numeroso e mais adaptável a ameaças futuras do que o F-22. Isso significa que o novo caça não só será tecnologicamente superior, mas estará disponível em maior número, ampliando o alcance global das forças norte-americanas. A projeção de poder deixa de ser limitada por orçamentos ou por números restritos de aeronaves altamente caras e passa a ter uma capilaridade muito maior.
O Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, sintetiza o impacto geopolítico dessa decisão ao afirmar que o F-47 “envia uma mensagem muito direta e clara aos nossos aliados de que não iremos a lugar nenhum e aos nossos inimigos de que seremos capazes de projetar poder ao redor do mundo sem impedimentos pelas próximas gerações”. Trata-se de uma reafirmação da doutrina americana de “full spectrum dominance” — o domínio total em terra, mar, ar, espaço e ciberespaço.
Para a China e a Rússia, que vêm investindo pesadamente em seus próprios programas de caças de quinta geração e sistemas de defesa antiaérea, o anúncio do F-47 representa um golpe simbólico e estratégico. A China, com seu J-20, e a Rússia, com o Su-57, buscam há anos reduzir a vantagem tecnológica americana, mas o avanço dos EUA para a sexta geração pode ampliar ainda mais a distância. A promessa de um caça com maior alcance e capacidade de sustentação prolonga a capacidade dos Estados Unidos de intervir militarmente em qualquer lugar do mundo — inclusive no Indo-Pacífico ou na Europa Oriental, regiões de influência chinesa e russa.
Além do poder bélico, o programa Next Generation Air Dominance sinaliza a vitalidade da indústria aeroespacial americana e a capacidade dos EUA de mobilizar recursos para manter sua hegemonia militar por décadas. Em tempos de tensões globais crescentes, o recado é claro: os Estados Unidos continuam a ser a maior potência militar do planeta e estão prontos para manter essa posição.
O NOVO CAÇA — F-47
O presidente dos Estados Unidos, acompanhado do secretário de Defesa Pete Hegseth e do chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general David W. Allvin, anunciou o mais novo caça norte-americano: o F-47. A aeronave, que será fabricada pela Boeing, foi apresentada como o primeiro caça tripulado de sexta geração do mundo.
O nome F-47 foi escolhido pelo próprio presidente, que o classificou como “um número bonito”. No entanto, o apelido oficial do avião ainda não foi divulgado. Segundo o presidente, uma versão experimental do caça já está em voo há quase cinco anos.
O general Allvin afirmou que o F-47 representa “um salto monumental para garantir a superioridade aérea dos Estados Unidos nas próximas décadas”. De acordo com ele, o novo jato será “o mais avançado, letal e adaptável já desenvolvido, capaz de superar qualquer adversário que desafie os aviadores americanos”.

A nova aeronave surge em um momento em que países como Rússia e China desenvolvem seus próprios caças de sexta geração. “Eu vi todos eles e não chegam nem perto. Este é o próximo nível”, declarou o presidente dos EUA. Ao fazer referência aos atuais F-22 e F-35, considerados de quinta geração, ele completou: “Você sabe, o nível cinco é bom. Este é o nível seis.”
Sobre o desempenho, o presidente destacou que o F-47 terá velocidade acima de Mach 2, ou seja, duas vezes a velocidade do som. Atualmente, o F-22 atinge Mach 2, enquanto o F-35 chega a Mach 1,6. O lendário SR-71 Blackbird, já aposentado, era capaz de voar acima de Mach 3.
O presidente não revelou o custo de cada unidade do F-47, mas o general Allvin afirmou que ele será mais barato que o F-22 Raptor, que custa cerca de US$ 143 milhões por unidade. A Força Aérea dos EUA possui hoje 183 unidades do Raptor e planeja produzir mais exemplares do F-47.
Em relação à furtividade, o presidente garantiu que o F-47 será “virtualmente invisível” aos inimigos. “Tem uma potência sem precedentes, a maior já feita para um jato desse tipo. Os inimigos da América nunca verão isso acontecer”, afirmou.
A tradição americana no uso de aviões furtivos remonta à Guerra do Golfo, com o F-117 Nighthawk. Depois vieram o bombardeiro B-2 Spirit e, futuramente, o B-21 Raider, ainda em desenvolvimento.
O armamento do F-47 não foi detalhado, mas seguindo o padrão das aeronaves furtivas, ele deverá carregar mísseis e bombas em compartimentos internos para manter a discrição diante dos radares inimigos.
Durante a apresentação, duas imagens do F-47 foram exibidas no Salão Oval. Uma delas mostrava o caça no chão sob uma grande bandeira dos Estados Unidos, com nariz triangular e cabine preta espelhada. Outra imagem ilustrava o F-47 emergindo de uma nuvem.

Por fim, Trump declarou esperar que o F-47 jamais precise ser usado em guerra, mas reforçou a importância de mantê-lo pronto. “Se isso acontecer, eles não saberão o que os atingiu”, concluiu.