Trump e Putin avançam em negociações por cessar-fogo na Ucrânia

Trump e Putin conversaram nesta terça-feira sobre um cessar-fogo na Ucrânia.


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversaram por telefone nesta terça-feira (18) para discutir a guerra na Ucrânia. A Casa Branca esperava convencer Moscou a aceitar um cessar-fogo de 30 dias e avançar em direção a um acordo de paz permanente.

O chefe de gabinete da Casa Branca, Dan Scavino, afirmou que a ligação estava “indo bem”. Kirill Dmitriev, enviado de Putin, disse que “sob a liderança de Trump e Putin o mundo se tornou um lugar muito mais seguro”.

A Ucrânia já aceitou o cessar-fogo proposto pelos EUA no maior conflito europeu desde a Segunda Guerra Mundial. Centenas de milhares de pessoas foram mortas ou feridas, milhões de ucranianos foram deslocados e diversas cidades foram reduzidas a escombros.

Putin, cujas forças invadiram a Ucrânia em fevereiro de 2022, afirmou na semana passada que apoiava “em princípio” a proposta de trégua, mas ressaltou que seus soldados continuariam lutando até que “condições cruciais” fossem resolvidas.

Trump busca garantir avanços para um plano de paz de longo prazo, sugerindo que poderia envolver concessões territoriais de Kiev e o controle da usina nuclear de Zaporizhzhia pela Rússia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que Trump e Putin iriam tratar da resolução do conflito e da normalização das relações bilaterais, conversando “pelo tempo que considerassem necessário”. Segundo ele, já existe um “certo entendimento” entre os dois líderes.

Mudanças na política externa dos EUA desde o retorno de Trump à Casa Branca, em janeiro, deixaram aliados tradicionais dos americanos cautelosos.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em visita à Finlândia para discutir apoio da OTAN, afirmou que “a soberania da Ucrânia não é negociável” e exigiu que a Rússia devolva todos os territórios ocupados. Segundo Zelensky, “as ambições de Moscou não vão parar na Ucrânia”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou que a Rússia aumentou sua capacidade militar-industrial visando um “futuro confronto com as democracias europeias”.

Em conversa com Trump, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destacou que todos devem “trabalhar juntos para colocar a Ucrânia na posição mais forte possível para garantir uma paz justa e duradoura”.

A Rússia anexou a Crimeia em 2014 e controla grande parte de quatro regiões do leste ucraniano desde a invasão de 2022, ocupando cerca de um quinto da Ucrânia.

Putin justifica a invasão como uma resposta à expansão da OTAN, exigindo que a Ucrânia abandone o plano de integrar a aliança militar. Além disso, ele cobra o controle dos territórios conquistados, o fim das sanções ocidentais e eleições presidenciais na Ucrânia, onde Zelensky governa sob lei marcial devido à guerra.