Os artefatos explosivos deixados por um homem no Terminal Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (12), continham panfletos de teor político atribuídos ao PCdoB. O partido nega qualquer envolvimento com a ação.
O material encontrado trazia siglas e símbolos diferentes dos usados pelo PCdoB. Um dos panfletos dizia:
“Abaixo os generais golpistas! Morte aos fascistas! Viva o Maoismo! Viva a Guerra Popular! Viva a Revolução Democrática! Partido Comunista do Brasil – P.C.B.”

O Diretório Estadual do PCdoB afirmou que não tem relação com o caso.
“O Diretório Estadual do PCdoB SP vem a público esclarecer, de forma categórica, que não tem qualquer envolvimento com os artefatos explosivos que foram colocados na estação Pinheiros, tampouco com a carta supostamente assinada por nossa organização. Trata-se de uma grave e irresponsável provocação, cujo objetivo é atacar o PCdoB e confundir a opinião pública.”
O partido informou que tomará “todas as medidas jurídicas cabíveis para apurar as responsabilidades por esse ato criminoso e identificar os verdadeiros autores dessa provocação”.
EXPLOSÕES
Após a explosão de um dos artefatos, o terminal foi parcialmente interditado. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foi acionado para investigar a ameaça.
Segundo a concessionária que administra o terminal, um homem deixou duas sacolas em uma das plataformas por volta das 5h30.
“Uma delas gerou uma pequena explosão que, felizmente, não causou quaisquer danos e nem ferimentos às pessoas nas proximidades”, informou em nota.
A Polícia Militar confirmou que o primeiro explosivo detonou antes da chegada do Gate. O segundo foi analisado por um técnico explosivista equipado com traje anti-fragmentação, que utilizou raio-x para examinar o artefato.
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O Gate interveio com um canhão disruptor e conseguiu desativar o explosivo, retirando sua fonte de alimentação e separando os componentes. O 1º tenente Vitor Haddad confirmou que o segundo objeto “tinha potencial explosivo”.
RELATOS DE TESTEMUNHAS
A explosão assustou trabalhadores do terminal.
Aline Vaz, de 28 anos, que trabalha em um quiosque na plataforma onde ocorreram as explosões, relatou que a segunda foi muito intensa:
“A segunda foi muito alta, mesmo tapando os ouvidos.”
Gabriely Fernandes, de 21, atendente de um quiosque ao lado, disse que estava servindo café na hora da primeira explosão e derramou o líquido com o susto.
“Achei que era um ataque terrorista.”
Segundo a SPTrans, 41 linhas de ônibus operam no terminal.
“Duas plataformas permaneceram interditadas para que as investigações seguissem com segurança. A operação do terminal foi mantida, apenas com remanejamento das plataformas de embarque”, informou a concessionária.