Comediante LGBTQIA+ deixa os EUA por causa de Trump: “Volto quando for um país seguro para todos os cidadãos”

No vídeo, a apresentadora criticou “retrocessos nos direitos LGBTQIA+ sob o atual governo”.


A comediante Rosie O’Donnell, conhecida pelo talk-show “The Rosie O’Donnell Show”, confirmou que deixou os Estados Unidos e está morando em Dublin, na Irlanda, desde 15 de janeiro, cinco dias antes da posse de Donald Trump.

“Tem sido maravilhoso, devo dizer. As pessoas são amáveis, simpáticas e hospitaleiras. Estou muito grata”, disse Rosie em um vídeo publicado nas redes sociais nesta terça-feira (11).

Mãe de Dakota, de 12 anos, e de outros quatro filhos já adultos, a artista revelou estar em processo para obter a cidadania irlandesa, pois seus avós nasceram no país. “Nunca pensei que seria imigrante. Mas foi a decisão que acreditei que seria melhor para mim e para minha filha. Estou feliz, Dakota está feliz. Sinto saudade dos meus outros filhos, dos meus amigos e de casa. Estou tentando encontrar um lar nesse país lindo. Quando for seguro para todos os cidadãos viverem nos EUA, aí vou considerar voltar.”

Aos 62 anos, Rosie é ativista LGBTQIA+ e símbolo da luta pelo direito à adoção por casais homoafetivos. Ela adotou Parker, de 29 anos, Chelsea, 27, Blake, 25, e Vivienne, 22, com sua ex-mulher Michelle Rounds, que morreu em 2017. Em 2001, chegou a perder temporariamente a guarda de uma das crianças por conta das leis do estado da Flórida.

No vídeo, a apresentadora criticou “retrocessos nos direitos LGBTQIA+ sob o atual governo”. “É devastador saber o que está acontecendo politicamente. O pessoal é político, como todos sabemos.”

Rosie também tranquilizou seus fãs. “Peço desculpas a quem sentiu minha falta. Apenas senti que precisava cuidar da minha família, tomar decisões difíceis e seguir adiante. Agora que tudo está se assentando, decidi fazer esse vídeo e dizer a todos que estamos bem.”

A comediante ainda deixou uma mensagem aos americanos. “Protejam sua sanidade, é tudo que posso dizer. Tentem não mergulhar no caos, porém, sei que isso é quase impossível quando se está no meio dele. Penso todos os dias nas pessoas dos Estados Unidos. Espero que a gente consiga reverter as coisas, conto com vocês.”