Força Aérea da Coreia do Sul lança bombas acidentalmente em área civil e fere 15 pessoas

Pocheon, localizada a cerca de 40 km de Seul, fica próxima à fronteira fortemente militarizada com a Coreia do Norte.


Jatos de combate sul-coreanos lançaram acidentalmente oito bombas em uma área civil durante exercícios militares em Pocheon, ferindo 15 pessoas e danificando casas e uma igreja, informou a Força Aérea do país nesta quinta-feira (6). Dois dos feridos estão em estado grave.

Pocheon, localizada a cerca de 40 km de Seul, fica próxima à fronteira fortemente militarizada com a Coreia do Norte.

Oh Moung-su, morador de 65 anos, descreveu a cena: ‘Houve um estrondo repentino de um jato, depois uma explosão. Quando cheguei ao local, vi quatro casas destruídas, pessoas feridas. Fumaça subia, água jorrava de um cano. Pessoas em um veículo foram atingidas – algumas não conseguiam sair.’

A Força Aérea afirmou que oito bombas Mk82 de 500 libras (225 kg) foram lançadas por dois caças KF-16 fora da área de treinamento. “Pedimos desculpas pelos danos causados pelo acidente e desejamos pronta recuperação aos feridos”, disse em nota.

Segundo um oficial militar, um erro de coordenadas do piloto fez com que os jatos lançassem as bombas fora do alvo, todas detonando. As autoridades suspenderam os exercícios até entenderem a falha, mas o incidente não afetará os grandes treinamentos conjuntos entre Coreia do Sul e EUA, que começam na próxima segunda-feira.

Moradores protestam há anos contra os riscos das áreas de treinamento militar. Imagens do local mostram uma casa destruída, janelas quebradas e uma igreja coberta de destroços.

O prefeito de Pocheon, Baeck Young-hyeun, chamou o evento de “impensável” e cobrou medidas do governo para evitar novos incidentes.

Os exercícios Freedom Shield, de 10 a 20 de março, visam fortalecer a aliança contra ameaças como a Coreia do Norte, segundo o Estado-Maior Conjunto sul-coreano. Eles incluirão cerca de 70 treinamentos de campo e levarão em conta conflitos recentes e a crescente parceria entre Pyongyang e Moscou.