A empresa texana Firefly tornou-se, neste domingo (2), a segunda companhia privada a pousar suavemente na Lua. Seu módulo robótico “Blue Ghost” tocou o solo lunar às 5h34 (de Brasília), no Mare Crisium, após uma jornada de 45 dias.
Financiada pelo programa comercial lunar da NASA, a missão “Ghost Riders in the Sky” transporta dez instrumentos científicos, custando US$ 101,5 milhões. Entre eles está o “LuGRE”, um receptor de sinais de GPS desenvolvido pela NASA e pela Agência Espacial Italiana. Antes mesmo de pousar, ele demonstrou que satélites de navegação terrestre podem auxiliar missões lunares.

Outro experimento bem-sucedido foi o “RadPC”, computador resistente à radiação da Universidade Estadual de Montana, nos EUA. Ele operou normalmente ao cruzar os cinturões de Van Allen e, na Lua, testará sua capacidade de funcionar em ambiente extremo.
Algumas cargas úteis ainda precisam ser ativadas na superfície. O “LPV” busca coletar e transferir solo lunar sem depender da gravidade. Já o “Lexi”, telescópio de raios X, começará a fazer observações heliosféricas a partir do solo lunar.

O “Scalpss” capturou imagens estereoscópicas durante a descida. Seus dados serão baixados nos próximos dias. Espera-se que o “Blue Ghost” funcione por duas semanas, até a noite lunar, quando temperaturas caem para -170°C. Como outras missões de baixo custo, não se espera que sobreviva ao frio extremo.
Esse sucesso segue o da também americana Intuitive Machines, que pousou o módulo “Odysseus” em 2024. Com três lançamentos no programa da NASA, dois foram bem-sucedidos, uma taxa de 66%. Essa porcentagem pode subir na próxima quinta-feira (6), quando a Intuitive Machines tentará outro pouso, agora com o módulo “Athena”.
O envio frequente de sondas à Lua antecede missões tripuladas e reflete a disputa geopolítica entre EUA e China. Os americanos planejam uma alunissagem em 2027, mas a revisão do programa Artemis pela gestão Trump pode alterar os planos. Enquanto isso, Pequim mantém sua meta de pouso tripulado para 2029.